15 de agosto de 2006

Não existem duas Missas

Bento XVI é gritante em ensinar que o problema atual é uma crise de Fé. Nada mais e nada menos. A repercussão desta crise se dá na liturgia também, claro. Mas, não da forma esperada pelos tradicionalistas ou pela SSPX e simpatizantes.

Assim como não existem duas Igrejas, uma pré-conciliar, e a outra pós-conciliar, também não existem duas Missas, a de ontem e a de hoje. A Missa é uma só e a mesma de sempre. A questão não é que rito se reza, seja ele romano, seja ele tridentino. Pelo contrário, a questão reside em como se reza! Novamente, é uma questão interna do fiel, portanto uma questão de fé.

Mauro do Carmo na lista Tradição Católica

14 de agosto de 2006

S. Maximiliano Maria Kolbe

No dia 14 de Agosto celebra-se:

S. Maximiliano Maria Kolbe
Presbítero, mártir, +1941

Nasceu na Polónia, em 1894. Morreu num campo de concentração nazista, oferecendo a sua vida em favor de um pai de família condenado à morte. Era franciscano conventual. Ensinou teologia em Cracóvia. Devotadíssimo de Nossa Senhora, fundou, na Polônia, a Milícia da Imaculada. E para maior divulgação da devoção à Imaculada, criou a Revista Azul, destinada aos operários e camponeses, alcançando, em 1938, cerca de 1 milhão de exemplares. A "Cidade da Imaculada" abrigava 672 religiosos e um vasto parque gráfico. Foi percursor das comunicações. Perto de Nagasaki fundou uma segunda Cidade da Imaculada com o seu boletim mariano e missionário, impresso em japonês.

Regressado à Polônia, foi preso pelos nazistas devido à influência que a revista e publicações marianas exerciam. Foi dia 7 de Fevereiro de 1941, em Varsóvia. Dali foi levado para Auschwitz e condenado a trabalhos forçados. Exerceu um verdadeiro apostolado no meio dos companheiros de infortúnio, encorajando-os a resistir com firmeza de ânimo. Foi ali que se ofereceu para morrer no lugar de Francisco Gajowniczek. Único sobrevivente do grupo, no subterrâneo da morte, Maximiliano Kolbe resistiu por quinze dias à fome, à sede, ao desespero na escuridão do cárcere. Confortava os companheiros, os quais, um após outro, aos poucos sucumbiam. Morreu com uma injecção de fenol que lhe administraram. Era o prisioneiro com o nº 16.670. Foi no dia 14 de Agosto de 1941. Beatificado por Paulo VI em 1971, foi canonizado por João Paulo II, em 1982.

Toda a razão de ser, de sofrer e de morrer do Padre Kolbe esteve em perscrutar - para dela viver e fazer que se vivesse - a resposta de Maria a Bernardette: "Sou a Imaculada Conceição".

Fonte: EVANGELHO QUOTIDIANO

11 de agosto de 2006

Vim lançar fogo sobre a terra

“Foi o fogo do teu amor, Senhor, que permitiu ao diácono São Lourenço permanecer fiel” (Coleta)

O exemplo de São Lourenço encoraja-nos a dar a vida, ilumina a fé, atrai a devoção. Não são as chamas da fogueira, mas as chamas de uma fé viva, que nos consomem. O nosso corpo não foi queimado pela causa de Jesus Cristo, mas a nossa alma é transportada pelos ardores do seu amor […], o nosso coração arde de amor por Jesus. Não foi o próprio Salvador que disse, acerca deste fogo sagrado: “Vim lançar fogo sobre a terra; e que quero Eu senão que ele já se tenha ateado?” (Lc 12, 49)? Cléofas e o companheiro experimentaram os seus efeitos quando diziam: “Não estava o nosso coração a arder cá dentro, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24, 32).

Foi também graças a este incêndio interior que São Lourenço permaneceu insensível às chamas do martírio; arde em desejo de estar com Jesus, e não sente a tortura. Quanto mais cresce nele o ardor da fé, menos sofre a tortura. […] A força do braseiro divino que tem aceso no coração acalma as chamas do braseiro ateado pelo carrasco.

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África) e doutor da Igreja
Sermão 206 (atrib.)

Fonte: EVANGELHO QUOTIDIANO

Ver o Filho do homem vir com o seu Reino

A Sagrada Escritura, confirmada pela experiência dos séculos, ensina à família humana que o progresso humano, tão grande bem para o homem, traz consigo também uma grande tentação: perturbada a ordem de valores e misturado o bem com o mal, os homens e os grupos consideram apenas o que é seu, esquecendo o dos outros. Deixa assim o mundo de ser um lugar de verdadeira fraternidade, enquanto que o acrescido dos homens ameaça já destruir o próprio género humano.

E se alguém quer saber de que maneira se pode superar esta situação miserável, os cristãos professam que todas as actividades humanas... devem ser purificadas e levadas à perfeição pela cruz e ressurreição de Cristo. Porque, remido por Cristo e tornado nova criatura no Espírito Santo, o homem pode e deve amar até as coisas criadas por Deus...

O Verbo de Deus, pelo qual todas as coisas foram feitas, fazendo-se homem e vivendo na terra dos homens, entrou como homem perfeito na história do mundo, assumindo-a e recapitulando-a (Ef 1,10). Ele revela-nos que «Deus é amor» (1 Jo 4, 8) e ensina-nos ao mesmo tempo que a lei fundamental da perfeição humana e, portanto, da transformação do mundo, é o novo mandamento do amor (Jo 13,34). Dá, assim, aos que acreditam no amor de Deus, a certeza de que o caminho do amor está aberto para todos e que o esforço por estabelecer a universal fraternidade não é vão. Adverte, ao mesmo tempo, que este amor não se deve exercitar apenas nas coisas grandes, mas, antes de mais, nas circunstâncias ordinárias da vida. Suportando a morte por todos nós pecadores, ensina-nos com o seu exemplo que também devemos levar a cruz que a carne e o mundo fazem pesar sobre os ombros daqueles que buscam a paz e a justiça.

Concílio Vaticano II
Constituição sobre a Igreja no Mundo Contemporâneo, Gaudium et Spes, §37-38

Fonte: EVANGELHO QUOTIDIANO

3 de agosto de 2006

A pérola de grande valor

Entre os dons espirituais recebidos da generosidade de Deus, Francisco obteve em particular o de sempre enriquecer o seu tesouro de simplicidade graças ao amor de uma enorme pobreza. Ao ver que aquela que tinha sido a companheira habitual do Filho de Deus se tinha tornado então o objecto de uma aversão universal, ele tomou a peito desposá-la e dedicar-lhe um amor eterno. Não contente com "deixar por causa dela o seu pai e a sua mãe" (Gn 2,24), distribuiu aos pobres tudo o que podia possuir (Mt 19,21). Ninguém guardou o seu dinheiro de forma mais ciosa do que Francisco guardou a sua pobreza; ninguém vigiou o seu tesouro com mais cuidado do que ele dispendeu para guardar essa pérola de que fala o EvangelhoNada o feria tanto como encontrar entre os irmãos alguma coisa que não fosse absolutamente conforme à pobreza dos religiosos. Desde o início da sua vida religiosa até à morte, ele próprio só teve como riquezas uma túnica, uma corda como cinto e uma espécie de calções; nada mais lhe fazia falta. Às vezes, acontecia-lhe chorar ao pensar na pobreza de Cristo e de sua Mãe: "Eis porque é que a pobreza é a rainha das virtudes, dizia ele; é por causa do brilho com que irradiou no Rei dos reis (1Tm 6,15) e na Rainha sua Mãe".

Quando os irmãos lhe perguntavam um dia qual era a virtude que nos torna mais amigos de Cristo, respondeu, abrindo por assim dizer o segredo do seu coração: "Sabei, irmãos, que a pobreza espiritual é o caminho privilegiado da salvação, porque é a seiva da humildade e a raiz da perfeição; os seus frutos são incontáveis se bem que ocultos. Ela é esse 'tesouro escondido num campo' para cuja compra, diz o Evangelho, é preciso tudo vender e cujo valor deve impelir-nos a desprezar todas as outras coisas".

Fonte: EVANGELHO QUOTIDIANO

2 de agosto de 2006

A Virgem Maria, nossa esperança

A Virgem Maria foi assunta ao Céu de corpo e alma.

Ela é, portanto, a primeira e por enquanto a única pessoa humana a estar fisicamente junto de Jesus Cristo. Ela é o sinal da glória que Jesus reservou para os justos.

Assim, ela é a nossa esperança, porque nela já se concretizou aquilo que esperamos que se concretize também para nós.

1 de agosto de 2006

Não considerar apenas uma metade de Deus

Santo Agostinho observa que, para enganar os homens, o demônio emprega ora o desespero, ora a confiança. Após o pecado, o demônio nos mostra o rigor da justiça de Deus para que desconfiemos de Sua misericórdia. Entretanto, antes do pecado, o demônio nos coloca diante dos olhos a grande misericórdia de Deus, a fim de que o receio dos castigos, devidos aos pecados, não nos impeça de satisfazer nossas paixões.

"... Essa misericórdia sobre a qual vós cantais para poder pecar, dizei-me, quem vo-la prometeu? Não Deus, certamente, mas o demônio, obstinado em vos perder. Cuidado!", diz São João Crisóstomo, "de dar ouvidos a este monstro infernal que vos promete a misericórdia celeste... 'Deus é cheio de misericórdia, eu pecarei e em seguida confessar-me-ei.' Eis aí a ilusão, ou antes, a armadilha que o demônio usa para arrastar tantas almas para o inferno!"

Nosso Senhor, aparecendo um dia a Santa Brígida, queixou-Se: "Eu sou justo e misericordioso, mas os pecadores não querem ver senão minha misericórdia."

"Não duvideis", diz São Basílio, "que Deus é misericordioso, mas saibamos que Ele também é justo, e estejamos bem atentos para não considerar apenas uma metade de Deus."

Uma vez que Deus é justo, é impossível que os ingratos escapem do castigo... Misericórida! Misericórdia! Sim, mas para aquele que teme a Deus, e não para aquele que abusa da paciência divina.

(Sermons de S. Alphonse de Liguori, Analyses, commentaires, exposé du système de sa prédication, par le R.P. Basile Braeckman, de la Congrégation du T.S. Rédempteur, Tome Second. Jules de Meester-Imprimeur-Editeur, Roulers, pp. 55-60)

Os anjos lançarão os iníquos na fornalha ardente

Nos dias de hoje quase não se ouve mais a proclamação desta verdade anunciada por Jesus:

«Assim, pois, como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo: o Filho do Homem enviará os seus anjos, que hão-de tirar do seu Reino todos os escandalosos e todos quantos praticam a iniquidade, e lançá-los na fornalha ardente; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai. Aquele que tem ouvidos, ouça!»

(Mateus 13,40-43)