22 de dezembro de 2006

Maria, Mãe da nova humanidade

"O Cristo é um, não pela conversão, pela transformação da Divindade em carne, mas pela assunção da humanidade em Deus."

Santo Atanásio

"No seio da Virgem Maria, uma nova humanidade floresceu. No seio de Maria, a Trindade Eterna suscitou esta nova criação de uma humanidade tão transparente a Deus que o verdadeiro Rosto de Deus pôde, enfim, manifestar-se nela."

Maurice Zundel

21 de dezembro de 2006

O que faziam no presépio a Santíssima Virgem e São José?

Qual era a atitude da Santíssima Virgem e de São José, no presépio? Eles olhavam, contemplavam, admiravam o Menino Jesus. Esta era toda a sua ocupação. Estavam eles, em oração, diante do Santo Sacramento exposto no altar do presépio. Bendiziam e agradeciam o bom Deus que, por amor a todos nós, acabava de nos oferecer seu próprio Filho. Jamais alguém poderá compreender, nem dizer tudo o que se passava, então, no coração de Maria.

São Cura D´Ars

Uma pequena mensagem de Natal

"E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria". (Lc 2,7)

"hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor".(Lc 2,11)

É noite de alegria. Porque, no meio da escuridão, uma Luz resplandeceu. No meio das Trevas, uma Luz brilhou, e todos A vieram contemplar.

O Menino Deus nasceu à noite, porque é na noite que precisamos da luz. Nasceu à noite, para ensinar que era noite na humanidade; uma noite longa que se arrastava por séculos. Era noite desde o pecado de Adão. Todo o mundo jazia no maligno.

Mas uma Luz resplandeceu em meio às Trevas. Na noite de Belém, nos nasceu um Salvador. E aquela Luz brilhou tão forte nas trevas do pecado, que todos A perceberam. Os Reis Magos A perceberam, e vieram adorá-La. Herodes A percebeu, e tentou apagá-La. Porque, em meio às Trevas, é impossível não notar uma Luz resplandecente. Os filhos da Luz buscam-Na e sentem-se à vontade junto a Ela; os filhos das Trevas d'Ela fogem horrorizados, pois têm vergonha das suas obras ímpias, que realizam na escuridão. A Luz atrai os bons e afugenta os maus. Por isso, o Deus Menino nascido em Belém estava destinado a ser um sinal de contradição, como profetizou o velho Simeão.

"Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições" (Lc 2,34)

O Cristo Deus, Unigênito do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus Verdadeiro do Deus Verdadeiro, veio ao mundo destinado a ser uma causa de queda para muitos. Causa de queda para os que preferissem as Trevas à Luz. Causa de queda para os que, como Herodes, quisessem apagar essa Luz para continuar a viver nas Trevas.

E, neste Natal, somos como os Reis Magos, ou somos como Herodes? Procuramos ao Deus Menino para oferecer-Lhe o melhor que temos, ou fugimos d'Ele e O queremos matar, justamente para que não nos desfaçamos de nossos vícios que nos são tão caros? Desejamos que o Cristo nasça? Ou queremos que Ele não venha, para que possamos viver ainda um pouco mais nas Trevas, ainda um pouco mais no pecado, sem que nossas torpezas sejam postas a descoberto?

Se eu tivesse que escolher, diria que estamos muito mais para Herodes do que para os Reis Magos. Mas eu proponho uma terceira opção: neste Natal, nós somos como as construções, a cujas portas bateram Santa Maria e São José. Construções suntuosas como palácios, ricas demais para perceberem que lhes falta a maior das riquezas. Aconchegantes como hospedarias, animadas demais para perceberem Alguém que precisa de um pouco de atenção. Familiares, como casas, mas fechadas demais sobre si próprias para abrirem a porta a uma Mulher grávida e Seu marido. Ou indignas demais, como estrebarias, inadequadas para receber um Rei.

Mas não importa que construção nós sejamos, não importa se somos palácios ou hospedarias, casas ou estrebarias. Importa que estejamos com Maria. Porque, em Belém, de todas aquelas construções, somente uma teve a honra de abrigar o Filho de Deus feito Homem: aquela na qual se encontrava a Virgem Santa. Que assim seja também conosco. Neste Natal, como naquele primeiro, o Menino Deus só nasce naquelas almas que não negam hospedagem a Maria
Santíssima. Procuremos, pois, abrir as portas de nossa alma a essa Boa Senhora, e Ela, em troca, abrirá para nós as portas do Céu e nos trará Jesus Menino, Luz que resplandece nas trevas, Senhor Nosso e Nosso Salvador.

Um feliz e santo Natal a todos.
Jorge Ferraz

13 de dezembro de 2006

O Dogma da Imaculada Conceição

O Deus inefável,
cujas vias são misericórdia e verdade,
cuja vontade é onipotência,
cuja sabedoria atinge de um extremo ao outro, com força soberana, e dispõe tudo com maravilhosa doçura,
havia previsto desde toda a eternidade, a deplorável ruína para a qual a transgressão de Adão deveria arrastar toda a humanidade;
e, nos segredos profundos de um desígnio, velado a todos os séculos, Ele havia decidido realizar - mistério mais profundo ainda, pela encarnação do Verbo -, a primeira obra de Sua bondade, a fim de que o homem que fora induzido ao pecado, pela malícia e astúcia do demônio,
não perecesse - o que era contrário ao desígnio misericordioso de seu Criador -,
e que a queda de nossa natureza, no primeiro Adão, fosse reparada com vantagem para o segundo.

Ele destinou, pois, para o seu Filho único - desde o início dos tempos, antes de todos os séculos -, a Mãe da qual, tendo se encarnado, ele nasceria, na bendita plenitude dos tempos;
Ele a escolheu, fixando o seu lugar, segundo a ordem de seus desígnios;
Ele a amou acima de todas as criaturas, com um amor tal, de predileção,
que nela colocou, de maneira singular, todas as suas maiores complacências.

Eis porque, indo buscar nos tesouros de sua divindade, Ele a cumulou, bem mais que a qualquer espírito angelical, bem mais que a qualquer santo, com a abundância de todas as graças celestiais e a enriqueceu com tal e maravilhosa exuberância, fazendo com que ela se mantivesse, para sempre, imaculada, inteiramente isenta da escravidão do pecado, belíssima, perfeitíssima e em tal plenitude de inocência e santidade, que não podemos conceber, abaixo de Deus, alguém com maior perfeição. E somente Deus, e ninguém mais, é capaz de avaliar a sua grandeza.

(...)

Como conseqüência, após oferecermos incessantemente, na humildade e no jejum, Nossas próprias orações e as orações públicas da Igreja a Deus Pai, por meio de seu Filho, para que se digne, pela virtude do Espírito Santo, dirigir e confirmar o Nosso espírito; após termos implorado o socorro de toda a corte celestial e invocado com lamentos o Espírito Consolador e, assim, por sua divina inspiração, em honra da Santa e indivisível Trindade, para a glória e insígnia da Virgem Mãe de Deus, para a exaltação da fé católica e progresso da religião cristã; pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, os bem-aventurados Pedro e Paulo e pela Nossa, declaramos, pronunciamos e definimos que a Doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante da Sua concepção, foi preservada imune de toda a mancha de culpa original - por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em função dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do Gênero humano -, foi revelada por Deus, e, portanto, deve ser firme e constantemente acreditada por todos os fiéis.

Pio IX
Bula Ineffabilis Deus - 8 de dezembro de 1854

12 de dezembro de 2006

Para que nossa fé seja completa

Se nós admitimos que o Filho tenha sido criado pelo Pai, admitimos, igualmente, seu nascimento por meio de Maria, para que nossa fé seja completa.

Qual seria o motivo da Encarnação de Jesus? Este, indubitavelmente: a carne que havia pecado deveria ser resgatada pela mesma carne.

Santo Ambrósio (340 - 397)

6 de dezembro de 2006

São Nicolau

6 de Dezembro

O Santo deste dia é São Nicolau, muito amado pelos cristãos e alvo de
inúmeras lendas. Nicolau nasceu na Ásia Menor, pelo ano de 275, filho de
pais ricos, mas com uma profunda vida de oração. Tornou-se sacerdote da
diocese de Mira, onde com amor evangelizou os pagãos, mesmo no clima de
perseguição em que viviam os cristãos.

São Nicolau é conhecido principalmente para com os pobres, já que ao receber
por herança uma grande quantia de dinheiro, livremente partilhou com os
necessitados. Certa vez, Nicolau sabendo que três pobres moças não tinham os
dotes para o casamento e por isso o próprio pai, na loucura, aconselhou-lhes
a prostituição, atirou pela janela da casa das moças três bolsas com o
dinheiro suficiente para os dotes das jovens. Daí que nos países do Norte da
Europa, através da fantasia, viram em Nicolau o velho de barbas brancas que
levava presentes às crianças no mês de dezembro.

Sagrado bispo de Mira, Nicolau conquistou todos com sua caridade, zelo,
espírito de oração, e carisma de milagres. Historiadores relatam que ao ser
preso, por causa da perseguição dos cristãos, Nicolau foi torturado e
condenado à morte, mas felizmente salvou-se em 313, pois foi publicado o
edital de Milão que concedia a liberdade religiosa.

São Nicolau participou no Concílio de Niceia, onde Jesus foi declarado
consubstancial ao Pai. Partiu para o céu em 342 ao morrer em Mira com fama
de santidade e de instrumento de Deus para que muitos milagres chegassem ao
povo.

Fonte: Evangelho Quotidiano

5 de dezembro de 2006

Muitos virão sentar-se à mesa do banquete

Concílio Vaticano II -- Constituição sobre a Igreja no mundo actual "Gaudium et Spes"

"Do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete... no Reino do Céu"

«Imagem de Deus invisível» (Col. 1,15), Cristo é o homem perfeito, que restitui aos filhos de Adão semelhança divina, deformada desde o primeiro pecado. Já que, n'Ele, a natureza humana foi assumida, e não destruída, por isso mesmo também em nós foi ela elevada a sublime dignidade. Porque, pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado (He 4,15)...

O cristão, tornado conforme à imagem do Filho que é o primogénito entre a multidão dos irmãos (Ro 8,29)), recebe «as primícias do Espírito» (Rom. 8,23), que o tornam capaz de cumprir a lei nova do amor. Por meio deste Espírito, «penhor da herança (Ef. 1,14), o homem todo é renovado interiormente, até à «redenção do corpo» (Rom. 8,23)... É verdade que para o cristão é uma necessidade e um dever lutar contra o mal através de muitas tribulações, e sofrer a morte; mas, associado ao mistério pascal, e configurado à morte de Cristo, vai ao encontro da ressurreição, fortalecido pela esperança.

E o que fica dito, vale não só dos cristãos, mas de todos os homens de boa vontade, em cujos corações a graça opera ocultamente. Com efeito, já que por todos morreu Cristo (Ro 8,32) e a vocação última de todos os homens é realmente uma só, a saber, a divina, devemos manter que o Espírito Santo a todos dá a possibilidade de se associarem a este mistério pascal por um modo só de Deus conhecido.