25 de outubro de 2006

A luta do povo pela liberdade

O Papa Bento XVI solidarizou-se com a luta do povo húngaro contra o comunismo há 50 anos atrás.


Carta do Papa nos cinqüenta anos da rebelião da Hungria


CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 24 de outubro de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos a carta que Bento XVI enviou ao cardeal Angelo Sodano, legado pontifício por ocasião das celebrações do qüinquagésimo aniversário da rebelião da Hungria.

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A nosso venerado irmão
Cardeal ANGELO SODANO
Secretário de Estado emérito
Decano do Colégio cardinalício

É nobre e justo defender e conservar os próprios direitos de liberdade e religião. Com efeito, «a verdadeira liberdade é sinal eminente da imagem divina no homem» (Gaudium et spes, 17). Por isso, a Igreja considera que se deve tutelar a justa dignidade e a liberdade: «O homem foi constituído inteligente e livre na sociedade por Deus criador» (ib., 21). Em conseqüência, os que por este motivo sofrem atropelos ou perdem a vida são dignos de louvor e de piedosa lembrança.

Assim, pois, como há cinqüenta anos meu predecessor o Papa Pio XII, de venerada memória, solicitamente acompanhou com suas orações e consolou com suas palavras o povo húngaro quando defendia sua liberdade, também eu quero expressar estima pelas solenes celebrações que dentro de pouco acontecerão em Budapeste para comemorar o 50º aniversário daquela heróica defesa da liberdade nacional.

Estou profundamente certo de que este acontecimento poderá ajudar a fé e a unidade dessa nobre nação e de toda a Europa. Por isso, aceitei com prazer ao convite do senhor presidente da Hungria, Ladislao Solyon. Ao não poder ir eu pessoalmente, desejo encomendar o cumprimento desta singular tarefa a ti, venerado irmão, que com grande prudência e perícia te encarregaste durante tanto tempo dos compromissos mais importantes do Romano Pontífice para bem de toda a Igreja.

Portanto, com esta carta eu te nomeio legado meu para a solene comemoração que se terá em Budapeste nos dias 22 e 23 do próximo mês de outubro, por ocasião da celebração da liberdade da Hungria. Assim, pois, em meu nome presidirás os ritos solenes e transmitirás convenientemente a todos os presentes minha saudação, particularmente ao presidente da Hungria, às autoridades e aos pastores sagrados. A todos confirmarás minha benevolência, caridade e presença espiritual.

Podes exortar a todos com as palavras do Concílio Vaticano II, “principalmente àqueles que têm a seu cuidado a educação dos outros, a que se esforcem por formar homens que, respeitando a ordem moral, obedeçam à autoridade legítima e amem a autêntica liberdade” (Dignitatis humanae, 8).

Encomendo tua missão de legado à poderosa intercessão da Grande Senhora da Hungria, assim como a São Estevão e a São João de Capistrano, com a esperança de que esse acontecimento beneficie a nação, confirme sua fé e dê abundantes frutos de caridade e paz.

Quero, por último, que envies amorosamente a todos os participantes na celebração a bênção apostólica, prenda da graça celestial e testemunho de minha comunhão.

Vaticano, 23 de setembro de 2006, segundo ano de meu pontificado.

[Tradução realizada por Zenit. © Copyright 2006 - Libreria Editrice Vaticana]

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