5 de julho de 2006

Católicos chineses aspiram pela liberdade

Cardeal Joseph Zen alenta católicos de Hong Kong em sua defesa da democracia

HONG KONG, terça-feira, 4 de julho de 2006 (ZENIT.org).- «O sufrágio universal aqui será um bem para Hong Kong e para a China», animou no sábado o bispo local, o cardeal Joseph Zen, aos católicos que se encaminhavam à marcha pela democracia.

Segundo os organizadores, ao menos 58 mil pessoas tomaram parte deste encontro em 1º de julho, celebrado este ano sob o lema «Justiça, Igualdade, Democracia». A polícia, que oferece dados contraditórios, reduz o número de manifestantes à metade.

Antes desta convocatória -- que discorreu desde Victoria Park até os escritórios do governo no bairro de Admiralty --, o purpurado se dirigiu a 300 católicos reunidos em oração, recolhe a agência do Pontifício Instituto de Missões Exteriores «AsiaNews».

Forte defensor da democracia no território, o cardeal Joseph Zen Ze-Kiun recordou -- aponta a agência -- que vários políticos locais e da China afirmam que, como a economia de Hong Kong está em recuperação, não há necessidade de democracia. Há setores do empresariado e dos políticos pró-Pequim que inclusive defendem a idéia de que a democracia prejudica a economia.

«Estas opiniões buscam pôr a política e a economia em contínua oposição. Na realidade, o sufrágio universal é uma grande ajuda para o bem-estar da população», afirmou o purpurado.

Na jornada, cumpriram-se nove anos da posta em andamento do estatuto administrativo especial para Hong Kong, a Basic Law [uma espécie de Constituição de Hong Kong -- ratificada por Pequim -- em vigor desde o fim da dominação britânica], que «prometia ao povo de Hong Kong um alto grau de autonomia», recordou o cardeal Zen.

«Mas a situação atual contradiz esta afirmação -- reconheceu. Não houve progresso algum, senão que parece que houve algum passo atrás.»

A agência do PIME recorda que a diocese católica de Hong Kong e as comunidades protestantes estão a mais de um ano de pulso com o governo; este quer controlar as escolas do território.

«Confiamos em Deus para que nos alente. Se perseverarmos, conseguiremos nosso objetivo», concluiu o cardeal Zen.

Então os fiéis reunidos oraram pela sociedade de Hong Kong, pela democracia e para que a dignidade e os direitos da população sejam reconhecidos.

Os organizadores da marcha declararam que não se trata de um desafio contra Pequim ou o governo de Hong Kong, mas de uma posta em prática do princípio «um país, dois sistemas».

Esta marcha pela democracia converteu-se em tradição desde que, em 1º de julho de 2003, mais de meio milhão de pessoas encheu as ruas para protestar por um projeto de lei anti-sedição e criticar o fracasso do primeiro governador eleito pela China, Tung Chee-hwa.

Fonte: ZENIT -- ZP06070404

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