31 de julho de 2006

O fermento da nova Eva

Evangelho segundo S. Mateus 13,31-35:

Jesus propôs-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. É a mais pequena de todas as sementes; mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e transforma-se numa árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos.» Jesus disse-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até que tudo fique fermentado.» Tudo isto disse Jesus, em parábolas, à multidão, e nada lhes dizia sem ser em parábolas. Deste modo cumpria-se o que fora anunciado pelo profeta: Abrirei a minha boca em parábolas e proclamarei coisas ocultas desde a criação do mundo.

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por :
S. Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja Sermão 99

O fermento que faz levedar toda a humanidade

Cristo comparava há pouco o Seu reino a um grão de mostarda; agora, identifica-o com fermento. Ele contava que um homem semeara uma sementinha e nascera uma grande árvore; agora a mulher incorpora uma pitada de fermento para fazer crescer a sua massa. Na verdade, como diz o apóstolo Paulo: «Diante do Senhor, a mulher é inseparável do homem, e o homem da mulher» (1Cor 11,11)... Nestas parábolas, Adão, o primeiro homem, e Eva, a primeira mulher, são conduzidos da árvore do conhecimento do bem e do mal ao sabor ardente dessa árvore da mostarda do evangelho...

Eva recebera do demónio o fermento da má fé; e essa mulher recebe de Deus o fermento da fé... Eva, pelo fermento da morte, corrompera, na pessoa de Adão toda a massa do género humano; uma outra mulher renovará na pessoa de Cristo, pelo fermento da ressurreição, toda a massa humana. Depois de Eva, que amassou o pão dos gemidos e do suor (Gn, 3,19), esta cozerá o pão da vida e da salvação. Depois daquela que foi, em Adão, a mãe de todos os mortos, esta será em Cristo a «verdadeira mãe de todos os vivos» (Gn, 3,20). Pois se Cristo quis nascer, foi para que nessa humanidade em que Eva semeou a morte, Maria restaurasse a vida. Maria oferece-nos a perfeita imagem desse fermento, ela propõe-nos a parábola, quando em seu seio recebe do céu o fermento do Verbo e o derrama em seu seio virginal sobre a carne humana, que digo eu? Sobre uma carne que, no seu seio virginal, é toda celeste e que ela faz, assim, levedar.

Fonte: EVANGELHO QUOTIDIANO

28 de julho de 2006

Subtraí-vos durante umas horas às vossas preocupações materiais

Comentário ao Evangelho feito por São Cesário de Arles (470-543), monge e bispo
Sermões ao povo

Receber a Palavra na boa terra

Que Cristo vos ajude, caríssimos irmãos, a acolher sempre a Palavra de Deus de coração ávido e sedento; assim, a vossa obediência fidelíssima encher-vos-á de alegria espiritual. Mas, se quereis que as Sagradas Escrituras vos sejam doces e que os preceitos divinos vos aproveitem como devem, subtraí-vos durante umas horas às vossas preocupações materiais. Relede na vossa casa as palavras de Deus, consagrai-vos inteiramente à Sua misericórdia. Assim, conseguireis realizar em vós aquilo que está escrito acerca do homem feliz: “Meditará dia e noite na lei do Senhor” (Ps 1, 2), e também: “Felizes aqueles que perscrutam os Seus mandamentos, aqueles que O buscam de todo o coração” (Ps 118, 2).

Os comerciantes não procuram retirar lucros de uma só mercadoria, mas de muitas. Os lavradores procuram melhorar o seu rendimento semeando diferentes tipos de sementes. Vós, que procurais benefícios espirituais, não vos contenteis com ouvir os textos sagrados na igreja. Lede os textos sagrados em casa; quando os dias são curtos, aproveitai os longos serões. E assim, podereis ajuntar o trigo espiritual no celeiro do vosso coração, e guardar no tesouro da vossa alma as pérolas preciosas das Escrituras.

Fonte: EVANGELHO QUOTIDIANO -- www.evangelhoquotidiano.org
Evangelho segundo S. Mateus 13,18-23

Temos necessidade do Deus que vence na cruz

Reflexão de Bento XVI sobre a paz
No ato de oração pelo Oriente Médio, presidido por ele no domingo

RHÊMES-SAINT GEORGES, terça-feira, 25 de julho de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos as palavras que Bento dirigiu, sem papéis, na tarde deste domingo, no ato de oração pela paz no Oriente Médio que ele presidiu na igreja paroquial de Rhêmes Saint-Georges, no Vale de Aosta.

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Eu gostaria somente de oferecer umas breves palavras de meditação sobre a leitura que acabamos de escutar. Com o fundo da dramática situação do Oriente Médio, impressiona-nos a beleza da visão ilustrada pelo apóstolo Paulo (cf. Efésios 2, 13-18): Cristo é a nossa paz. Ele reconciliou uns e outros, judeus e pagãos, unindo-os em seu Corpo. Ele superou a inimizade com o seu Corpo, na Cruz. Com sua morte, superou a inimizade e uniu todos em sua paz.

No entanto, mais que a beleza dessa visão, o que nos impressiona é o contraste com a realidade que vivemos e vemos. E, em um primeiro momento, não podemos fazer outra coisa senão perguntar ao Senhor: «Mas, Senhor, o que é que teu apóstolo está nos dizendo: “Foram reconciliados”?» Na verdade, nós vemos que não estão reconciliados... Ainda há guerras entre cristãos, muçulmanos, judeus; e outros fomentam a guerra, e tudo continua repleto de inimizade, de violência. Onde está a eficácia do teu sacrifício? Onde está, na história, esta paz da qual o teu apóstolo nos fala?

Nós, os homens, não podemos resolver o mistério da história, o mistério da liberdade humana que diz «não» à paz de Deus. Não podemos resolver todo o mistério da relação entre Deus e o homem, de sua ação e de nossa resposta. Temos de aceitar o mistério. No entanto, há elementos de resposta que o Senhor nos oferece.

Um primeiro elemento é que essa reconciliação do Senhor, esse sacrifício seu, não foi ineficaz. Existe a grande realidade da comunhão da Igreja universal, de todos os povos, da rede da Comunhão eucarística, que transcende as fronteiras de culturas, de civilizações, de povos, de tempos. Existe essa comunhão, existem essas «ilhas de paz» no Corpo de Cristo. Existem. E existem forças de paz no mundo. Se contemplarmos a história, podemos ver os grandes santos da caridade que criaram «oásis» dessa paz de Deus no mundo, que acenderam novamente sua luz, e foram capazes de reconciliar e de criar de novo a paz. Existem os mártires que sofreram com Cristo, que deram esse testemunho da paz, do amor, que coloca um limite à violência.

E vendo que a realidade da paz existe, ainda que a outra realidade tenha permanecido, podemos aprofundar ainda mais na mensagem desta carta de São Paulo aos Efésios. O Senhor venceu na cruz. Ele não venceu com um novo império, com uma força mais poderosa que as outras, capaz de destruí-las; não venceu de uma maneira humana, como imaginamos, com um império mais forte que o outro. Ele venceu com um amor capaz de chegar até a morte. Esta é a nova maneira de vencer de Deus: à violência não opõe uma violência mais forte. À violência opõe precisamente o contrário: o amor até o final, sua Cruz. Esta é a maneira humilde de vencer de Deus: com seu amor -- e só assim é possível -- põe um limite à violência. Esta é uma maneira de vencer que nos parece muito lenta, mas é a verdadeira forma de vencer o mal, de vencer a violência, e temos que confiar nesta forma divina de vencer.

Confiar quer dizer entrar ativamente nesse amor divino, participar desse trabalho de pacificação, para estar em linha com o que o Senhor diz: «Bem-aventurados os pacificadores, os agentes de paz, porque eles são os filhos de Deus». Temos de levar, na medida das nossas possibilidades, nosso amor a todos os que sofrem, sabendo que o Juiz do Juízo Final se identifica com os que sofrem. Portanto, o que fazemos aos que sofrem, estamos fazendo ao Juiz Último da nossa vida. Isso é importante: neste momento, podemos levar sua vitória ao mundo, participando ativamente de sua caridade. Hoje, em um mundo multicultural e multirreligioso, muitos têm a tentação de dizer: «É melhor para a paz do mundo, entre as religiões, entre as culturas, não falar demais do específico do cristianismo, isto é, de Jesus, da Igreja, dos Sacramentos. Contentemo-nos com o que pode ser mais ou menos comum...». Mas não é verdade. Precisamente neste momento, momento de um grande abuso em nome de Deus, temos necessidade do Deus que vence na cruz, que não vence com a violência, senão com seu amor. Precisamente neste momento, temos necessidade do Rosto de Cristo para conhecer o verdadeiro rosto de Deus e para poder levar assim a reconciliação e a luz a este mundo. Por este motivo, junto com o amor, temos que levar também o testemunho desse Deus, da vitória de Deus, precisamente mediante a não-violência de sua Cruz.

Desta forma, voltamos ao ponto de partida. O que podemos fazer é dar testemunho do amor, testemunho da fé; e, sobretudo, elevar um grito a Deus: podemos rezar! Estamos certos de que nosso Pai escuta o grito de seus filhos. Na missa, ao preparar-nos para a santa Comunhão, para receber o Corpo de Cristo que nos une, pedimos com a Igreja: «Livrai-nos, Senhor, de todos os males, e concedei a paz em nossos dias». Que esta seja a nossa oração neste momento: «Livrai-nos de todos os males e dai-nos a paz». Não amanhã, ou depois de amanhã: dai-nos, Senhor, a paz hoje! Amém.


[Traduzido por Zenit © Copyright 2006 - Libreria Editrice Vaticana]
ZP06072506

26 de julho de 2006

A secularização da família

Cardeal Cañizares: Totalitarismo, direitos humanos e democracia (I)
Entrevista ao primaz da Espanha e vice-presidente da Conferência Episcopal

TOLEDO, terça-feira, 25 de julho de 2006 (ZENIT.org).- Tendo como pano de fundo o V Encontro Mundial das Famílias, recentemente realizado em Valência, Jaime Antúnez, diretor de Humanitas, revista de antropologia e cultura cristã da Pontifícia Universidade Católica do Chile, entrevistou detalhadamente o cardeal Antonio Cañizares, arcebispo de Toledo, primado da Espanha e vice-presidente da Conferência Episcopal espanhola. Estes são alguns dos principais pontos da conversa.

-- Em uma cultura como a que se impõe na Espanha, na Europa e em todo o Ocidente, com uma forte carga ideológica secularista, podemos afirmar que é no âmbito da família onde este secularismo se manifesta de forma mais evidente e agressiva?

-- Cardeal Antonio Cañizares: Acho que não é a família o âmbito onde se gera esse secularismo, senão que é o âmbito mais afetado por ele. A família na Espanha é concretamente uma família cristã, ainda quando não for praticante, ainda que seja muito sacudida pelos ventos da secularização, por todo o poder mediático que a ideologia relativista difunde. Existem recursos ainda muito valiosos na família espanhola, e estamos a tempo de que ela recupere sua verdade. Mas também é certo que a família espanhola, pelas pressões desse poder mediático, pelas legislações tão agressivas contra ela, está sofrendo um forte relativismo, que se baseia em viver fora da verdade que a constitui, com o qual as pessoas caem muitas vezes em situações lamentáveis.

-- Suas declarações descarregaram fortes responsabilidades no Governo socialista pelo que acontece com a família.

-- Cardeal Antonio Cañizares: Nos últimos anos, assistimos a uma escalada contra a família por parte do Governo socialista, ajudado por outras forças políticas e outros poderes ou grupos, como o do império gay ou o de certas ideologias e organizações feministas, que tentam impor a ideologia de gênero. A Espanha ocupa um dos últimos lugares da Europa em política familiar, o de menos ajuda à família; é, junto com a Grécia, a nação européia com o menor índice de natalidade, onde a população jovem mais decresceu nos últimos 25 anos, e onde mais se incrementou o número de abortos nos últimos dez anos; ocupa o terceiro lugar no crescimento de rupturas matrimoniais na última década. E, simultaneamente, foi mais longe que nenhum outro país da Comunidade Européia em matéria legislativa contrária e nociva para a família.

Novamente, é preciso dizer que o futuro da família depende de que esta possa viver sua verdade, de que supere o relativismo ao qual é empurrada. A família poderá ser educadora e transmissora da fé se superar esse relativismo. Se não o superar, continuará em uma crise, crise de fé que arraiga em uma crise de verdade, porque não tem fundamento principal para apoiar-se e viver com toda esperança o que ela é.

-- No final do passado mês de março, por ocasião dos 40 anos da clausura do Concílio Vaticano II, a Assembléia Plenária da Conferência Episcopal espanhola, da qual o senhor é o Vice-presidente, emitiu uma estudada declaração titulada «Teologia e secularização na Espanha» -- de ampla repercussão em todo o mundo católico ibero-americano -- na que se expõem os efeitos destrutivos da ideologia secularista no interior da teologia moral. Isso também tem relação com o tema da família, concretamente com a missão que ela tem de transmitir a fé, tema central do V Encontro Mundial em Valência?

-- Cardeal Antonio Cañizares: Efetivamente. O ensinamento teológico-moral na Espanha não ajudou a viver a verdade da família, não ajudou a que a família cristã seja essa pequena igreja doméstica que a «Familiaris consortio» deseja. Não ajudou a que se viva a família cristã como sinal e como ícone da aliança de Deus com a humanidade, a que a família seja lugar de encontro com Deus na comunidade.

-- E como se produziu isso, que uma teologia moral induza à secularização da família?

-- Cardeal Antonio Cañizares: Isso se produziu porque a base dessa teologia moral não foi precisamente a antropologia que a Revelação mostra em Jesus Cristo. E, claro, tudo isso se difundiu depois em cursos pré-matrimoniais, difundiu-se através de movimentos familiares que propagaram, por exemplo, uma leitura falsa da «Humanae vitae» de Paulo VI, ou inclusive contrária a ela, encontrando-se nela muitas das chaves dessa teologia moral. Propugnou-se, por conseguinte, que o importante era simplesmente o amor e não a abertura à vida. Ensinou-se que, sendo o matrimônio efetivamente indissolúvel, essa indissolubilidade radicava somente em uma decisão dos cônjuges.

É, como podemos ver, uma moral que se baseia unicamente na decisão pessoal e não no que são as realidades objetivas, que nos são dadas pela Revelação e com a mesma natureza criada. Essa teologia moral, em resumo, não difundiu o Deus criador, a realidade suprema que fez o homem, e o fez à sua imagem, homem e mulher.
Tudo isso influenciou muito negativamente na secularização da família. E se a família se seculariza, seculariza-se a sociedade inteira.

-- Alguns bispos espanhóis deram a conhecer, em diferentes declarações, que nesta nação se dá atualmente um fato inédito na história da civilização: a supressão do matrimônio.

-- Cardeal Antonio Cañizares: Aqui na Espanha, com efeito, o mais grave que aconteceu na legislação é que no Código Civil desaparece a realidade do matrimônio, sendo substituída simplesmente pela união de pessoas; e que as condições de «pai» e «mãe» são substituídas simplesmente pela denominação de «cônjuge». Conseqüentemente, o matrimônio não existe. Em nenhum lugar do mundo se fala de matrimônio de pessoas do mesmo sexo; matrimônio propriamente dito só existe entre homem e mulher. No Código Civil, isso é um fato enorme, desapareceu de fato a expressão jurídica natural do matrimônio entre um homem e uma mulher.

-- Conversando sobre essa situação com o arcebispo de Granada, Dom Javier Martinez, ele me dizia o seguinte: «Eu acho que há dois aspectos bastante visíveis na revolução niilista que se vive atualmente na Espanha. Um é o desejo de fazer desaparecer da vida cultural e social qualquer elemento, inclusive residual, da tradição cristã ou de referência à tradição cristã, ao conceito cristão do humano. Depois, unido a isso, está a invenção de ‘novos direitos’, porque o homem é concebido como um pequeno absoluto para quem tudo é possível, e tudo aquilo que é possível e agradável, imediatamente agradável, sem considerar as conseqüências, simplesmente se converte em um direito de forma fictícia». O senhor poderia comentar este segundo aspecto, referente aos «novos direitos»?

-- Cardeal Antonio Cañizares: Direitos humanos, nessa nova concepção, já não são os que estão inscritos na natureza humana. Direitos humanos já não são algo que antecede a decisão do homem, a decisão das maiorias, a decisão do poder, senão algo que se estabelece pelo poder, seja este o poder totalitário de um homem, o das maiorias, ou o que se gera através da manipulação da opinião pública. Em definitiva, o poder. Desta forma, é o ser humano quem decide e quem dá explicação absoluta de si mesmo, com o qual não há direitos humanos.

Neste momento, estamos assistindo -- e a Espanha é um dos expoentes mais nítidos -- a uma crise profundíssima dos direitos humanos, mas com essa crise profundíssima não pode haver democracia.

-- O senhor fala de totalitarismo...

-- Cardeal Antonio Cañizares: É uma atitude totalitarista. Não importa se é um totalitarismo parlamentar, ou seja, o totalitarismo de um senhor, mas é totalitarismo. O que vale é o que a maioria ou o poder supremo define, e se define algo alheiro à ordem natural criada, por que não... E isso se eleva como critério. É o que vimos com o discurso da investidura do presidente, onde ele afirmou que promoveria que cada um pudesse decidir sobre o seu sexo. Mas se cada um pode decidir sobre tudo isso e tudo é questão de decisão, por que não será também legítima a violência, por que não será legítimo o roubo, se é a pessoa que decide. Nesta concepção, não há nada objetivamente bom nem mau.

-- O positivismo em sua expressão mais radical.

-- Cardeal Antonio Cañizares: Exato.

--Chamou muito a atenção nos países americanos – e uma vez mais de modo exemplar – a reação dos católicos espanhóis em defesa do verdadeiro matrimônio e da família tradicional. Não é habitual que dois milhões de pessoas saiam às ruas, como um junho passado, e que um grupo importante de bispos acompanhe uma manifestação dessa natureza convocada por uma organização civil. De que maneira crê Sua Eminência que o V Encontro Mundial das Famílias fortalecerá essa capacidade de resistência frente ao claro e inédito propósito que se dá na Espanha de eliminar a instituição do matrimônio?

--Cardeal Antonio Cañizares: Quando as famílias recolheram firmas, quando as famílias saíram às ruas em duas ocasiões, foi para dizer sim à família, sim ao matrimônio entre o homem e a mulher, sim à vida, sim ao que está na entranha da verdade da família; sim ao direito e ao dever inalienável que os pais têm de educar seus filhos conforme suas próprias convicções, sim a esse ensino religioso que os pais pedem, sim a uma educação que seja verdadeiramente humanitária. O Encontro Mundial das Famílias foi a ratificação por parte do Papa e por parte também de outras famílias, de outras partes do mundo, disso mesmo que as famílias espanholas estão defendendo, propondo. E têm se sentido muito alentadas; o Encontro de Valência terá sido pra elas não somente um ar fresco que chegou, mas que com a grande força do Espírito e a grande força da Igreja que lhes disse: adiante!, tende confiança em seus próprios recursos e em sua própria realidade, que por aí vai o futuro e o melhor serviço que podeis fazer à sociedade.

[A segunda parte desta entrevista será publicada esta quarta-feira, 26 de julho]

ZP06072520

25 de julho de 2006

Educação ao silêncio

RUMO AO SACERDÓCIO do mons. Massimo Camisasca

"Educação ao silêncio" Cidade do Vaticano (Agência Fides) - Não existe possibilidade de estar diante de uma Presença, da pessoa de Cristo presente agora, se não se é educado ao silêncio. O eremita Laurentius dizia: «Então compreendi que a minha vida seria transcorrida na memória daquilo que me tinha ocorrido. E a tua recordação me enche de silêncio». O nosso conhecimento de Cristo é um donum Dei altissimi, por isso, deve ser implorado, tenazmente e fielmente.

Assim, um tempo do dia sistematicamente dedicado ao silêncio é fundamental na vida de um padre, que de outro modo acaba disperso entre mil particulares e preocupações. A vida de um padre, inclusive do mais ativo missionário, deve ter no fundo uma ossatura monástica, ou permanece frágil, sem capacidade de construção autêntica. É no silêncio que se aprende a estar com as pessoas de maneira diferente, a falar com as pessoas de maneira diferente, a rir com as pessoas de maneira diferente. Ao mesmo tempo, torna-se mais felizes e mais profundos.

O silêncio não pode ser reduzido a um tempo de "atualização". Mesmo que seja um tempo de leitura - da vida dos santos ou da história da Igreja - este tem a estrutura da oração. Por isso, ensino aos meus seminaristas a começar a hora que cotidianamente fazemos na nossa Casa de Formação com dez minutos de oração em joelhos diante de Cristo e a conclui-la com o Terço: oração que é pergunta, que é oferta de si, oração que é invocação da bênção de Deus sobre a Igreja, sobre as pessoas que nos são confiadas. Somente uma razão persuasiva de caridade poderia dispensar deste tempo do dia doado diretamente a Cristo.

(Agência Fides 14/7/2006)

Fonte: Lista Tradição Católica

A importância do descanso

Que interessante este comentário do Pe. Raniero Cantalamessa, ofmcap, pregador da Casa Pontifícia, sobre a importância do descanso:

Jesus, no Evangelho, jamais dá a impressão de estar agitado pela pressa. Às vezes, ele até perde o tempo: todos o buscam e Ele não se deixa encontrar, absorto como está na oração. Às vezes, como em nossa passagem evangélica, Ele inclusive convida seus discípulos a perderem tempo com Ele: «Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco». Ele recomenda freqüentemente que não se agitem. Também o nosso físico, quanto bem recebe através de tais «folgas».

Entre essas «pausas», estão precisamente as férias de verão que estamos vivendo [na Europa ndr.]. Elas são, para a maioria das pessoas, a única oportunidade de descansar um pouco, para dialogar de forma distendida com o próprio cônjuge, brincar com os filhos, ler algum bom livro ou contemplar a natureza em silêncio; em resumo, para relaxar. Fazer das férias um tempo mais frenético que o resto do ano significaria arruiná-las.

Ao mandamento «Lembrai-vos de santificai as festas», seria preciso acrescentar: «Lembrai-vos de santificar as férias». «Parai (literalmente: vacate, tirai férias!), sabei que eu sou Deus», diz Deus em um salmo (Salmo 46). Um meio simples de fazer isso poderia ser entrar em uma igreja ou em uma capela de montanha, em uma hora onde estiver deserta, e passar um pouco de tempo «solitário» lá, a sós conosco mesmos, a sós frente a Deus.

Fonte: Zenit -- ZP06072101

Orações pela conversão dos terroristas

Que interessante... Rezar pela conversão dos terroristas.

Isto é que é um exemplo de coragem e fé digno de um Papa!

Essa visita do Papa às carmelitas foi feita em apoio ao bombardeio do Monte Carmelo pelos terroristas no dia de Nossa Senhora do Carmo.




Bento XVI pede orações pela conversão dos terroristas

INTROD, sexta-feira, 21 de julho de 2006 (ZENIT.org).- Em pleno agravamento do conflito no Oriente Médio, Bento XVI pediu orações pela conversão dos terroristas.

Este foi o compromisso que deixou às carmelitas de Quart, localidade próxima a Les Combes (Introd), ao visitar-lhes em 14 de julho, em sua primeira excursão nestes dias que passa em férias nos Alpes italianos. As próprias religiosas revelaram agora conteúdos de sua conversa à imprensa.

«Rezai também pelos terroristas, pois não sabem que não só causam dano ao próximo, mas antes de tudo a si mesmo», disse o Papa, segundo revelou à imprensa Irmã Maria, uma das dez carmelitas da comunidade religiosa.

Preocupado pelo que acontece na Terra Santa, o Papa acrescentou: «Agora experimentamos um agravamento do conflito no Líbano, mas também em outras muitas partes do mundo há pessoas que sofrem por causa da fome e da violência».

«A vida contemplativa e rica de caridade abre o céu à humanidade, que tanto o necessita, pois hoje no mundo parece como se Deus não existisse. E onde não está Deus há violência e terrorismo».

O Santo Padre, segundo revelou a religiosa ao diário italiano La Repubblica em 18 de julho, manifestou também sua preocupação pela contínua saída de cristãos da Terra Santa.

O convento de Quart foi inaugurado por João Paulo II em 1989.

Bento XVI convocou para o próximo domingo, 23 de julho, uma Jornada de oração e penitência pela paz no Oriente Médio.

Fonte: ZENIT -- ZP06072110

21 de julho de 2006

O Padre

QUANDO SE PENSA...

Quando se pensa que nem a Santíssima Virgem pode fazer o que faz um sacerdote;

quando se pensa que nem os anjos, nem os arcanjos, nem São Miguel, nem São Gabriel, nem São Rafael, nem um dos principais daqueles que venceram Lúcifer pode fazer o que faz um sacerdote;

quando se pensa que Nosso Senhor Jesus Cristo, na Última Ceia, realizou um milagre maior que a Criação do universo com todos os seus esplendores, ou seja, o de converter o pão e o vinho em Seu Corpo e Seu Sangue para alimentar o mundo, e que este portento, diante do qual se ajoelham os anjos e os homens, pode repeti-lo cada dia o sacerdote;

quando se pensa em outro milagre que somente um sacerdote pode realizar: perdoar os pecados, e o que liga no fundo de seu humilde confessionário, Deus, obrigado por sua própria palavra, o liga no Céu, e o que ele desliga, no mesmo instante desliga Deus;

quando se pensa que um sacerdote faz mais falta que um rei, mais que um militar, um banqueiro, um médico, que um professor, porque ele pode substituir a todos e nenhum deles pode substituí-lo;

quando se pensa que um sacerdote, quando celebra no altar tem uma dignidade infinitamente maior que um rei; e não é nem um símbolo, nem sequer um embaixador de Cristo, mas o próprio Cristo que está ali repetindo o maior milagre de Deus;

quando se pensa tudo isto...

compreende-se o afã que, em tempos antigos, cada família ansiava para que de seu seio brotasse, como uma vara de nardo, uma vocação sacerdotal;

compreende-se o imenso respeito que os povos tinham pelos sacerdotes, o que se refletia nas suas leis;

compreende-se que se um pai ou uma mãe obstruem a vocação sacerdotal de um filho é como se renunciassem a um título de nobreza incomparável;

compreende-se que um seminário ou um noviciado é mais que uma igreja, uma escola e um hospital;

compreende-se que dar para custear os estudos dum jovem seminarista ou noviço é aplanar o caminho pelo qual chegará ao altar um homem que durante meia hora cada dia será muito mais que todas as dignidades da terra e que todos os santos do céu, pois será o próprio Cristo, sacrificando Seu Corpo e Seu Sangue, para alimentar o mundo.

Hugo Wast

18 de julho de 2006

Passio Christi, conforta me

O texto abaixo foi extraído, com autorização, de uma mensagem de Jorge Ferraz à lista Tradição Católica, em 18/07/2006:

<< Pus-me agora a pensar na Cruz de Cristo. Ele, sendo Deus, não conhecia desde já a triste situação pela qual a Igreja passaria nos dias de hoje? Não sofreria já pelos bofetões e cusparadas que, dois mil anos depois, a Sua Noiva iria sofrer até mesmo daqueles que deveriam cuidá-la e zelar por ela? É claro que sofria! E é com este pensamento que eu creio estarmos - todos os católicos fiéis - unidos de alguma maneira aos sofrimentos de Cristo, posto que, certamente, sofremos por algo que O fez sofrer também, pelo qual Ele também sofreu. Os chicotes e os espinhos a ferir o corpo de Nosso Senhor não podem, também, ferir o nosso corpo; mas os chicotes e os espinhos espirituais, que Lhe afligiam a alma... ah, esses afligem a minha alma também. Esses, numa só tacada atingem a alma de Cristo e as dos cristãos. E que grande honra e que grande consolo: pregado na Cruz de Nosso Senhor, não com os mesmos cravos físicos, mas com os mesmos cravos espirituais, que tanto Lhe provocaram dor.

Sempre gostei daquela oração "Anima Christi", em particular da frase "Passio Christi, conforta me". Paixão de Cristo, confortai-me. Sim, porque os meus sofrimentos tornam-se pequenos diante dos sofrimentos de Nosso Senhor; e, neste caso, onde os sofrimentos são oriundos da situação da Igreja, a Paixão de Cristo conforta-me porque estes são parte integrante dos sofrimentos da Paixão. Cristo, da maneira mais literal possível, sofreu os sofrimentos pelos quais agora passo. >>

Jorge Ferraz

12 de julho de 2006

Sentido do Santo Cálice da Última Ceia

Sentido do Santo Cálice da Última Ceia, que o Papa venerará em Valência
Segundo o professor Salvador Antuñano Alea

MADRI, sexta-feira, 7 de julho de 2006 (ZENIT.org).- O Santo Cálice da Última Ceia, que a Catedral da cidade espanhola de Valência custodia e que Bento XVI venerará no sábado, funda sua verossimilhança em indícios muito razoáveis -- arqueológicos, históricos e de tradição --, mas para os cristãos o mais importante é «sua condição de ícone sacro».

E o povo cristão o venera porque «o representa e o traslada ao momento sublime em que o Filho de Deus nos deixou seu Sangue como bebida antes de derramá-lo na Cruz»: este é o sentido do Cálice de Valência, explica Salvador Antuñano Alea à agência Zenit.

Doutor em Filosofia e professor universitário em Madri (na Universidade Francisco de Vitória), Antuñano se interessou pelo Santo Gral a partir das conjunturas, os supostos «poderes mágicos» que a lenda lhe atribui, e a confusão de fronteiras com história e realidade. Fruto de seu estudo foi o volume «O mistério do Santo Gral. Tradição e lenda do Santo Cálice» (EDICEP, http://www.edicep.com/, Valência 1999).

A voz firme da arqueologia

Desde o ponto de vista arqueológico, o conjunto do Santo Cálice «está formado por três partes -- descreve --: duas taças de pedra e uma montagem de ourivesaria». Esta «pode datar-se, de acordo com seu estilo artístico, entre o século XIII e o início do XIV», enquanto que «o vaso que serve de pé para o Cálice» «pode datar-se na Medina Azahara de Almanzor, do século X o, se procedesse de outra oficina, entre esse século e o XII».

«A Taça propriamente dita [o Cálice], contudo, é muito mais antigo», expõe o professor Antuñano, seguindo agora o catedrático de Arqueologia da Universidade de Zaragoza, Antonio Beltrán, que estudou o Cálice por encargo do Arcebispo Olaechea (emérito de Valência, falecido em 1972).

Sua precisão científica, a comparação que realizou com objetos similares e a análise crítica de documentos «apontam a uma oficina oriental -- Egito ou Palestina -- e aos últimos momentos da arte helenística (séculos II a.C. – I d.C.) -- comenta Antuñano. Corresponde ao tipo de taças usadas nas solenidades ou pertencentes a casas ricas».

Após seus estudos, o catedrático de Arqueologia concluiu que esta ciência confirma a verossimilhança histórica do Santo Cálice, assim como que «o pé é um copo egípcio ou califal do século X ou XI e foi acrescentado, com rica ourivesaria, à taça, por volta do século XIV, porque se acreditava firmemente, então, que era uma peça excepcional».

História e tradição

«O documento histórico escrito mais antigo que nos fala com toda clareza do Santo Cálice é a escritura de doação do Cálice, feita pelos monges de São João da Pena ao Rei de Aragão Don Martín I o Humano», datado «de 26 de setembro de 1399», continua explicando à agência Zenit o professor Antuñano.

O texto descreve «fielmente o cálice de pedra que se conserva hoje em Valência. A partir desse momento, sua trajetória está completamente documentada», ainda que «antes dessa data não conservemos nenhum documento que nos fale dele», constata.

Portanto, «à própria realidade material do Cálice» soma-se «uma antiga tradição apoiada por vestígios e indícios razoáveis», declara.

É assim que uma antiga tradição, que corrobora o fundamento arqueológico, aponta que o Cálice passou de Jerusalém a Roma com São Pedro, e com ele os primeiros Papas celebraram os mistérios. E chegaria por volta do ano 258 à Espanha, à zona de Huesca, enviado por São Lorenzo após o martírio do Papa Sisto e antes do seu próprio, com a intenção de preservá-lo assim da espoliação da perseguição contra a Igreja, decretada por Valeriano.

«Estaria lá até a invasão muçulmana, quando os fiéis o salvariam, ocultando-o em diversos pontos da montanha -- relata o professor Antuñano. À medida que a Reconquista avança, se consolida também uma discreta veneração em diversas igrejas», e «é muito possível que a meados do século XI estivesse em Jaca, conservado pelos bispos e que, ao instaurar-se o rito romano no Reino de Aragão -- ano 1071 -- passasse ao Mosteiro de São João da Pena», em cujo silêncio «se conservaria durante mais de três séculos».

«Indícios suficientemente verossímeis» se desprendem por sua parte do Novo Testamento: «é possível que Cristo tenha celebrado a Última Ceia na casa de São Marcos»; este era como um «secretário de São Paulo e de São Pedro, com quem parece que vai a Roma», pelo que «não seria estranho que o evangelista tivesse conservado o copo -- de sua vasilha -- no qual o Mestre consagrara a Eucaristia», nem será estranho «que o entregasse a Pedro e este a Lino», e de um a outro a Cleto, a Clemente, e assim sucessivamente.

Não se pode esquecer que «o cânon romano da missa se elabora sobre o rito usado pelos Papas dos primeiros séculos» (recém-citados), e «em uma de suas partes mais antigas, a fórmula da consagração, apresenta uma ligeira variante com outras liturgias», pois estabelece as palavras: «do mesmo modo, ao fim da ceia, tomou este cálice glorioso em suas santas e veneráveis mãos, dando graças o abençoou, e o deu a seus discípulos dizendo...», «de tal forma que parece insistir em um cálice particular e concreto: o mesmo que usara o Senhor em sua Ceia», aponta Salvador Antuñano.

O itinerário histórico, bem documentado a partir de 1399, nos leva à cidade de Valência, que está a ponto de ser visitada por Bento XVI, onde em 1915 o Cabido catedralesco decide transformar a antiga sala capitular da Catedral na Capela do Santo Cálice, onde este ficou instalado na Solenidade da Epifania de 1916.

Teve de ser tirado dali a toda pressa depois de vinte anos, no estouro da guerra civil, três horas antes que a Catedral ardesse. «Quando se extinguiu o fogo da guerra, se entregou solenemente o Cálice ao Cabido em 9 de abril de 1939, Quinta-feira Santa , e se instalou em sua capela reconstruída em 23 de maio de 1943», recorda o professor Antuñano.

A partir de então, intensifica-se o culto e a devoção ao Santo Cálice. E «o arcebispo atual, Dom Agustín García-Gasco, conseguiu difundir a veneração além dos limites da Comunidade Valenciana», reconhece.

A verdadeira mística do Santo Cálice da Ceia

Visto o fundo de arqueologia, história e tradição desta relíquia, se algo importa é seu valor como ícone sacro. E é que, «para o cristianismo, um ícone sagrado não é só uma imagem piedosa», nem sequer uma «representação de um motivo religioso»; é muito mais -- adverte o estudioso --: «é um meio para a contemplação espiritual, para a meditação e para a oração».

Longe de albergar «propriedade "mágica"» alguma, «o ícone é sagrado porque sua imagem evoca um mistério salvífico e, de uma forma espiritual mas real, tem como finalidade pôr a quem contempla em comunhão com esse mistério, fazê-lo partícipe dele», sublinha.

E como «os dados da tradição e da história nos apontam seriamente a possibilidade de que fosse o mesmo Cálice que o Senhor usou na noite em que ia ser entregue», os cristãos o veneram porque «translada ao momento sublime em que o Filho de Deus nos deixou seu Sangue como bebida antes de derramá-lo na Cruz» por nossa salvação, precisa.

«Por isso -- sintetiza -- o núcleo e fundamento da veneração do Santo Cálice está no Mistério Eucarístico.»

Para o professor Salvador Antuñano, um dos momentos mais importantes da história do Santo Cálice foi a visita do Santo Padre João Paulo II a Valência em 8 de novembro de 1982: «após venerar a Relíquia em sua Capela, o Papa celebrou a Missa com ela no passeio da Alameda».

«A história do Santo Cálice continuará, como continua a história da própria Igreja, mas o gesto de João Paulo II ao consagrar nele o Sangue do Senhor pode considerar-se como o rito que introduz a relíquia no terceiro milênio», conclui.

Fonte: ZENIT
Código: ZP06070701
Data de publicação: 2006-07-07

Papa celebra Eucaristia com o Santo Graal

Como João Paulo II em 1982

VALÊNCIA, domingo, 9 de julho de 2006 (ZENIT.org).- Com um gesto sumamente significativo, Bento XVI celebrou a missa conclusiva do Encontro Mundial das Famílias, com a participação de mais de um milhão de pessoas, com o Santo Cálice, considerado o cálice que Jesus utilizou na Última Ceia.

O também chamado «Santo Graal» havia sido transladado na madrugada à Cidade das Artes e das Ciências de Valência, onde o Papa presidiu a missa, pelo decano da Catedral de Valência, João Pérez Navarro.

A relíquia, uma das mais antigas da cristandade documentada desde os primeiros séculos pelos historiadores, foi transladada em um veículo da Polícia local, escoltado por unidades motorizadas, segundo informa AVAN, agência de informação da arquidiocese de Valência.

João Paulo II já empregou a relíquia para a consagração quando visitou Valência em 8 de novembro de 1982, na missa de ordenação sacerdotal de 141 jovens diáconos, que presidiu no Passeio da Alameda.

Segundo as investigações realizadas por diferentes historiadores, recolhidas por AVAN, foi o próprio São Pedro que levou de Jerusalém a Antioquia, e depois a Roma, o cálice utilizado por Jesus Cristo em sua última ceia antes de sua paixão e morte.

O Santo Graal foi utilizado desde então por 23 papas até a perseguição imperial contra os cristãos no ano 258, quando o papa Sisto II, antes de ser martirizado, ordenou enviar a relíquia a Huesca, custodiada pelo diácono Lorenzo.

Diversas paragens e igrejas de Aragão foram cenários da passagem do Santo Cálice, como a gruta de Yebra, São Pedro de Siresa, São Adrián de Sasabe, Santa Maria de Sasabe, São Pedro da Sede Real de Balio, a própria Catedral de Jaca, até chegar no ano 1071 ao mosteiro de Huesca de São João da Pena.

Em 1399, o rei Martín I levou a relíquia ao Palácio da Aljafería em Zaragoza, onde permaneceu 20 anos até que, depois de uma breve estadia em Barcelona, foi levada ao Palácio Real de Valência no ano 1424, por ordem de Alfonso o Magnânimo, que agradecia assim a Valência por sua ajuda nas lutas mediterrâneas.

Finalmente, em 1437, o Santo Cálice foi entregue como doação ao cabido da Catedral de Valência.

[Mais informação em Sentido do Santo Cálice da Última Ceia, que o Papa venerará em Valência]

ZP06070909

Catecismo ajuda famílias a descobrir beleza da fé

«Catecismo ajuda famílias a descobrir beleza da fé», explica cardeal Levada
O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, em Valência

VALÊNCIA, sexta-feira, 7 de julho de 2006 (ZENIT.org).- O Catecismo da Igreja Católica constitui uma ajuda única para que as famílias descubram a beleza da fé, constatou o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé nesta sexta-feira, em sua intervenção ante o Congresso Teológico-Pastoral sobre a Família que se encerrou em Valência.

Este volume e o recém-publicado «Compêndio», que o resume, disse o cardeal William J. Levada, «podem ajudar as famílias e a cada um de nós a descobrir a beleza da fé católica e vivê-la gozosamente, para transmiti-la às novas gerações, aos pais e mães de amanhã».

O substituto do cardeal Joseph Ratzinger dividiu sua intervenção em três partes. A primeira foi dedicada a apresentar o Catecismo; a segunda à família na tradição da Igreja; e a terceira à presença do Catecismo nas famílias.

Recordou que João Paulo II ressaltou a importância do novo Catecismo como «instrumento de renovação e unidade na Igreja».

«O Catecismo -- sublinhou o cardeal Levada -- ajuda a Igreja a assegurar a unidade de fé pela qual Jesus mesmo orou na Última Ceia. Esta unidade da Igreja está acompanhada pela consciência que os fiéis têm de estar em comunhão com os cristãos de todos os tempos, desde a época dos Apóstolos até os nossos dias.»

Na segunda parte, o cardeal assinalou que «a família é com razão chamada a célula fundamental da sociedade humana. De fato, estamos acostumados a pensar na família como o lugar onde vivemos e transmitimos nossa fé católica, sem dar muita atenção a como ela mesma responde a um desígnio de salvação em Cristo, que Deus nos revelou na Sagrada Escritura».

Denunciou que «um dos grandes desafios dos últimos tempos é a tentativa, em sociedades secularizadas, de mudar as leis que, durante séculos, inclusive milênios, reconheceram o plano de Deus para o matrimônio e a família como se apresenta na ordem da Criação, e que constitui um patrimônio comum para toda a humanidade governada pela lei natural».

Concluiu sublinhando a importância da presença do Catecismo no seio da família, indicando que «poderia ser uma ferramenta sumamente útil na realização de sua vocação e missão».

ZP06070707

7 de julho de 2006

O respeito pelo ser humano deve ser a base

Edificação da Europa deve ser baseada no respeito pelo ser humano, assegura Papa
Ao receber os bispos de Cracóvia em visita «ad limina apostolorum»

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 6 de julho de 2006 (ZENIT.org).- Bento XVI constatou que o projeto de integração europeu não poderá ter êxito se não levar em conta as pessoas, começando pelo respeito por sua vida desde o primeiro instante de sua concepção até sua morte natural.

Assim o Papa explicou nesta quinta-feira aos bispos da Croácia, a quem recebeu ao concluir a qüinqüenal visita «ad limina apostolorum», que realizaram ao pontífice e a seus colaboradores da Cúria Romana.

Em sua resposta à saudação do cardeal Josip Bozanic, arcebispo de Zagreb e presidente da Conferência Episcopal desse país, o Santo Padre constatou que Croácia «desde sempre vive no âmbito da civilização européia», e, «com razão, deseja ser reconhecida como membro da União Européia».

A Croácia solicitou sua entrada na União Européia em 2003 e conseguiu ser candidata oficial em 18 de junho de 2004. As negociações começaram em 3 de outubro de 2005.

Se o país entra na União, acrescentou o pontífice, poderá «estabelecer uma relação, com sentimentos de respeito e de diálogo, com os demais europeus, oferecendo a contribuição de sua própria cultura e de suas próprias tradições, na busca compartilhada da plena verdade sobre o homem».

De fato, é «essencial», segundo Bento XVI, «que a edificação da casa comum européia se baseie sempre sobre a verdade do homem, apoiando-se na afirmação do direito de cada um à vida desde a concepção até a morte natural».

Este respeito pelo ser humano, também o «reconhecimento da dimensão espiritual do ser humano, na qual se arraiga sua inalienável dignidade», assim como «o respeito pelas opções de cada um, nas quais se testemunha a inalienável abertura à transcendência».

«É possível encontrar o acordo sobre estes valores inclusive por parte de quem, sem aderir à Igreja Católica, aceita a voz da razão, mostrando sensibilidade ante a lei natural», afirmou o Papa.

Fonte: ZENIT - ZP06070607

Transmissão da fé é o problema primordial da Igreja

Disse o presidente dos bispos espanhóis no Congresso da Família

VALÊNCIA, quinta-feira, 6 de julho de 2006 (ZENIT.org).- «A transmissão da fé é o problema primordial da Igreja na Espanha», afirmou Dom Ricardo Blázquez, presidente da Conferência Episcopal Espanhola, no Congresso Teológico-Pastoral sobre a Família, que se celebra em Valência, no marco do V Encontro Mundial das Famílias.

O Congresso completou nesta quinta-feira sua terceira jornada em meio a uma organização eficiente, facilitada por milhares de voluntários, e uma atitude participativa, fiel e atenta das mais de seis mil pessoas que enchem a enorme sala de conferências.

Dom Ricardo Blázquez abriu a jornada com uma palestra sobre «A transmissão da fé: aspectos teológicos».

«Por natureza, a Igreja e cada fiel cristão, em virtude do batismo, são missionários», afirmou ao início Dom Blázquez, que dividiu sua palestra em três partes: O Evangelho, aquilo que desejamos transmitir; A Igreja recebe, conserva e transmite o Evangelho; Maria e a Igreja, a serviço da Palavra.

«Este dinamismo de Evangelho recebido, conservado e anunciado -- acrescentou -- é vital para a Igreja; por isso, quando a corrente viva de recepção e transmissão se debilita seriamente, surgem profundas inquietudes. Por isso, é compreensível que vozes autorizadas nos recordem que 'a transmissão da fé é a primeira tarefa e o problema primordial da Igreja na Espanha'».

Em sua intervenção, Dom Blázquez foi muito crítico frente às tentativas manipuladoras de confundir os fiéis com notícias como a do evangelho apócrifo de Judas, cuja existência se conhecia desde o século II e portanto não é nenhuma novidade.

Onde encontramos o Jesus autêntico? -- perguntou-se o palestrante, para responder que «Jesus confiou seu Evangelho só à Igreja. O Jesus vivo se encontra na Igreja existente ao longo da história e atualmente viva; só ela está em conexão ininterrupta com Jesus Cristo, a quem reconhece como Filho de Deus e Salvador, em quem crê, e a quem ama, segue e anuncia».

E concluiu afirmando que «sem Maria, não poderá surgir Jesus, Luz do mundo, em cada geração e em cada homem».

Fonte: ZENIT - ZP06070609

Ler em voz alta e escutar música com filhos ajuda entendimento familiar

Proposta surgida do Congresso Teológico-Pastoral das Famílias

VALÊNCIA, quarta-feira, 5 de julho de 2006 (ZENIT.org).- O presidente do Instituto Teológico Internacional para os Estudos sobre o Matrimônio e a Família em Gaming (Áustria), Michael Waldstein, propôs nesta quarta-feira aos pais de família ler em voz alta e escutar música com seus filhos como elementos educativos frente a «uma indústria do entretenimento» que «ataca as paixões mais imaturas» dos menores, «sobretudo as eróticas e a ira».

Waldstein, que pronunciou uma palestra no Congresso Teológico-Pastoral que se celebra na Feira Valência até a próxima sexta-feira, dentro do V Encontro Mundial das Famílias (EMF), sugeriu «não abandonar a educação das crianças à televisão, ao rádio ou à música», já que podem prejudicar os menores pelos antivalores que apresentam.

Desta forma, segundo informa a agência AVAN, considerou que uma das principais causas de distanciamento entre pais e filhos é a «sociedade utilitarista atual, caracterizada por dar mais importância às coisas frente às pessoas».

Waldstein destacou a necessidade «de que o coração dos pais se converta ao coração dos filhos e vice-versa». Para isso, os pais devem dedicar tempo à educação e formação de seus filhos, considerando que «o tempo é vida», concepção contrária «à premissa utilitarista "tempo é dinheiro"».

O especialista austríaco também explicou que as crianças são «excelentes professores para os pais», já que são «especialistas na ciência e na prática do amor, afastados das metas adultas baseadas nas estruturas de poder e interesses utilitaristas». Os filhos «podem despertar o coração dos pais ao amor», acrescentou.

Desta forma, ressaltou «a necessidade urgente» de que os pais recebam uma «formação sólida na ciência e na prática da paternidade», para o que «são necessários sacerdotes, professores e catequistas».

Fonte: ZENIT - ZP06070508

6 de julho de 2006

Confiança, meu filho, os teus pecados estão perdoados

Comentário ao Evangelho do dia feito por: S. João Crisóstomo

Evangelho segundo S. Mateus 9,1-8.

Depois disto, subiu para o barco, atravessou o mar e foi para a sua cidade.
Apresentaram-lhe um paralítico, deitado num catre. Vendo Jesus a fé deles, disse ao paralítico: «Filho, tem confiança, os teus pecados estão perdoados.»
Alguns doutores da Lei disseram consigo: «Este homem blasfema.»
Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: «Porque alimentais esses maus pensamentos nos vossos corações?
Que é mais fácil dizer: 'Os teus pecados te são perdoados’, ou: 'Levanta-te e anda’?
Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder para perdoar pecados disse Ele ao paralítico: 'Levanta-te, toma o teu catre e vai para tua casa.»
E ele, levantando-se, foi para sua casa.
Ao ver isto, a multidão ficou dominada pelo temor e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens.

S. João Crisóstomo
(cerca de 345 - 407), bispo de Antioquia, depois de Constantinopla, doutor da Igreja Homilias sobre o evangelho de Mateus

"Confiança, meu filho, os teus pecados estão perdoados"

Os judeus professavam que só Deus pode perdoar os pecados. Mas Jesus, mesmo antes de perdoar os pecados, revelou os segredos dos corações, mostrando assim que possuía também esse outro poder reservado a Deus. Porque está escrito: "Só tu, Senhor, conheces os segredos dos homens" (2 Cr 6,30)... Jesus revela pois a sua divindade e a sua igualdade ao Pai, mostrando aos escribas o fundo dos seus corações, divulgando pensamentos que eles não ousam declarar abertamente por medo da multidão. E fá-lo com muita doçura...
O paralítico teria podido manifestar a Cristo a sua decepção, dizendo-lhe: "Seja! Tu vieste para tratar outra doença e curar outro mal, o pecado. Mas que prova tenho de que os meus pecados estão perdoados?" Ora ele não diz nada disso, mas confia naquele que tem o poder de o curar...
Aos escribas, Cristo diz: "O que é mais fácil? Dizer: 'Os teus pecados estão perdoados' ou dizer 'Toma o teu catre e vai para tua casa'?" Por outras palavras: Que é que vos parece mais fácil? Mostrar o poder sobre um corpo inerte ou perdoar a uma alma as suas faltas? É evidentemente curar um corpo, porque o perdão dos pecados ultrapassa essa cura, tanto quanto a alma é superior ao corpo. Mas, uma vez que uma destas obras é visível e a outra não, vou cumprir também a obra que é visível e menor, para provar a outra que é maior e invisível. Nesse momento, Jesus testemunha pelas suas obras que é "aquele que tira o pecado do mundo" (Jo 1,29).

Fonte: Evangelho Quotidiano

5 de julho de 2006

Bento XVI denuncia derramamento de sangue inocente

O papa Bento XVI disse hoje que, em vez do amor, "freqüentemente mora o ódio" no coração dos homens, e lamentou que "sangue humano inocente seja derramado continuamente" no mundo.

O Pontífice fez estas considerações durante a tradicional audiência pública das quartas-feiras, realizada na Praça São Pedro, diante de milhares de pessoas.

"Julho é um mês no qual tradicionalmente veneramos o preciosíssimo Sangue de Cristo. No mundo, sangue humano inocente é derramado continuamente", disse Bento XVI em polonês, depois de saudar neste idioma os peregrinos vindos do país de origem de João Paulo II.

"No coração dos homens, em vez do amor do evangelho, freqüentemente mora o ódio, em vez do cuidado pelo homem, há desprezo e ressentimento", continuou.

O papa pediu aos fiéis que orem "para que a humanidade contemporânea experimente a força do Sangue de Cristo derramado sobre a Cruz para nossa salvação".

O Pontífice dedicou a catequese de hoje à figura do apóstolo João, e destacou sua "franqueza na hora de confessar sua própria fé". Bento XVI pediu aos católicos que estejam "sempre preparados para declarar com decisão" a fé em Cristo, colocando-a na frente de "qualquer interesse".

Quarta, 5 de julho de 2006

Fonte: Terra

Católicos chineses aspiram pela liberdade

Cardeal Joseph Zen alenta católicos de Hong Kong em sua defesa da democracia

HONG KONG, terça-feira, 4 de julho de 2006 (ZENIT.org).- «O sufrágio universal aqui será um bem para Hong Kong e para a China», animou no sábado o bispo local, o cardeal Joseph Zen, aos católicos que se encaminhavam à marcha pela democracia.

Segundo os organizadores, ao menos 58 mil pessoas tomaram parte deste encontro em 1º de julho, celebrado este ano sob o lema «Justiça, Igualdade, Democracia». A polícia, que oferece dados contraditórios, reduz o número de manifestantes à metade.

Antes desta convocatória -- que discorreu desde Victoria Park até os escritórios do governo no bairro de Admiralty --, o purpurado se dirigiu a 300 católicos reunidos em oração, recolhe a agência do Pontifício Instituto de Missões Exteriores «AsiaNews».

Forte defensor da democracia no território, o cardeal Joseph Zen Ze-Kiun recordou -- aponta a agência -- que vários políticos locais e da China afirmam que, como a economia de Hong Kong está em recuperação, não há necessidade de democracia. Há setores do empresariado e dos políticos pró-Pequim que inclusive defendem a idéia de que a democracia prejudica a economia.

«Estas opiniões buscam pôr a política e a economia em contínua oposição. Na realidade, o sufrágio universal é uma grande ajuda para o bem-estar da população», afirmou o purpurado.

Na jornada, cumpriram-se nove anos da posta em andamento do estatuto administrativo especial para Hong Kong, a Basic Law [uma espécie de Constituição de Hong Kong -- ratificada por Pequim -- em vigor desde o fim da dominação britânica], que «prometia ao povo de Hong Kong um alto grau de autonomia», recordou o cardeal Zen.

«Mas a situação atual contradiz esta afirmação -- reconheceu. Não houve progresso algum, senão que parece que houve algum passo atrás.»

A agência do PIME recorda que a diocese católica de Hong Kong e as comunidades protestantes estão a mais de um ano de pulso com o governo; este quer controlar as escolas do território.

«Confiamos em Deus para que nos alente. Se perseverarmos, conseguiremos nosso objetivo», concluiu o cardeal Zen.

Então os fiéis reunidos oraram pela sociedade de Hong Kong, pela democracia e para que a dignidade e os direitos da população sejam reconhecidos.

Os organizadores da marcha declararam que não se trata de um desafio contra Pequim ou o governo de Hong Kong, mas de uma posta em prática do princípio «um país, dois sistemas».

Esta marcha pela democracia converteu-se em tradição desde que, em 1º de julho de 2003, mais de meio milhão de pessoas encheu as ruas para protestar por um projeto de lei anti-sedição e criticar o fracasso do primeiro governador eleito pela China, Tung Chee-hwa.

Fonte: ZENIT -- ZP06070404

4 de julho de 2006

A tirania das massas

Interessante esta entrevista, especialmente a parte sobre "a tirania das massas".
 
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«O valor de uma pessoa não depende dos outros»
Entrevista com a teóloga Jutta Burggraf

PAMPLONA, domingo, 2 de julho de 2006 (Zenit.org)
.- A teóloga alemã Jutta Burggraf recorda que o valor de cada pessoa não depende da aceitação ou rejeição dos demais. Ela o explica em seu novo livro, «Liberdade vivida com a força da fé», editado em Madri por Edições Rialp.

Jutta Burggraf é professora de teologia dogmática na Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra e escreveu sobre o feminismo, ecumenismo e Santa Teresa d'Ávila.

--Seu livro se titula «Liberdade vivida». Há liberdades não vividas?

--Burggraf: Todos nós, homens, nascemos como originais, mas às vezes nos limitamos a ser nada mais que umas cópias iguais. Então, não correspondemos ao chamado pessoal e único que recebemos ao entrar neste mundo: «Sê tu mesmo. Sê como Deus te sonhou desde sempre».

Cada homem pode oferecer muitas surpresas, agregar pensamentos novos, soluções originais, atuações únicas. É capaz de viver sua própria vida, e de ser fonte de inspiração e apoio para os demais.

Se uma pessoa não utiliza suas pernas para caminhar, nós a consideramos «estranha» ou provavelmente doente; mas se não usa seu entendimento para pensar, nem sua vontade para decidir, quase não nos damos conta de seu estado perigoso, porque estamos acostumados a não viver à altura de nossas melhores possibilidades; com freqüência, não realizamos a capacidade mais rica e profunda que temos: nossa liberdade.

Com efeito, ninguém deve converter-se em um «autômato», sem rosto nem originalidade. Às vezes, convém recobrar o olhar da criança, para abrir-nos à própria novidade -- e a cada pessoa --, e assim descobrir o desafio que encerra cada situação. O mundo será o que nós fizermos dele. Ao menos nossa vida é o que fazemos dela.

--A que se refere concretamente quando alude ao mundo «sutilmente tiranizante» no qual nos coube viver?

--Burggraf: Em nossas sociedades há «correntes de ouro». Reina a tirania das massas e dos costumes. Não é difícil descobrir uma poderosa corrente coletivista que tende a despojar-nos dos mais recôndito de nosso ser, com o fim de igualar e massificar os homens, se não todos, pelo menos os que pertencem a um determinado partido, a uma associação concreta, uma comunidade, um site ou um clube de golfe.

Está na moda cantar ao uníssono, vestir-se com a mesma roupa, recorrer aos mesmos argumentos pré-fabricados, com as mesmas palavras, o mesmo olhar e inclusive o mesmo sorriso.

Há pessoas que nem se dão conta de suas correntes. Acomodam-se ao espírito que lhes parece óbvio. Mas o que elas sentem, pensam ou dizem não é coisa sua; são os sentimentos, pensamentos e frases feitas que foram publicadas em milhares de jornais e revistas, na rádio, na televisão e na internet. Enquanto alguém começa a pensar e a atuar por conta própria e mantém uma opinião divergente da geralmente aceita pelo «sistema» -- que se voltou a fechar e não admite nada que seja incômodo -- simplesmente se rejeita.

Contudo, somos livres, apesar das circunstâncias adversas que podem nos rodear e influir. E não só temos o direito, mas também o dever de exercer nossa liberdade.

Justamente hoje é mais necessário que nunca que tomemos consciência da grande riqueza de nossa vida e busquemos caminhos para chegar a ser «mais» homens, e não umas pessoas desanimadas, assustadas e enlutadas.

--Como se aprende a ser livre? Qual é o primeiro passo?

--Burggraf: Ao crescer, o homem descobre paulatinamente que tem um espaço interior, no qual está, de algum modo, à disposição de si mesmo. Ele percebe que, essencialmente, não depende nem dos pais, nem dos professores do colégio; não depende dos meios de comunicação, nem tampouco da opinião pública. Experimenta um espaço no qual está a sós consigo mesmo, onde é livre. Descobre seu mundo interior, sua própria intimidade.

O íntimo é o que só a pessoa conhece: é o «santuário» do humano. Posso entrar dentro de mim, e aí ninguém pode me aprisionar.

Quando «estou comigo», facilmente percebo quão desnecessário e inclusive ridículo é o buscar a confirmação e o aplauso dos demais. O valor de uma pessoa não depende dos outros, não depende dos aplausos ou gestos de confirmação que possa receber ou não.

Somos mais do que vivemos no exterior. Há um espaço em nós ao qual os outros não têm acesso. É nossa «pátria interior», um espaço de silêncio e quietude. Enquanto não o descubramos, viveremos de um modo superficial e confuso, buscando consolo onde não há -- no mundo exterior.

O homem é livre, quando mora na própria casa. Infelizmente, há muitas pessoas que não «estão consigo», mas sempre com os outros. Não sabem descansar em si mesmas.

--Obedecer a Deus é fonte de liberdade, afirma. Que quer dizer com isso?

--Burggraf: O próprio Deus, a fonte de toda vida, quer habitar cada vez mais profundamente em nós. Desde nosso núcleo mais íntimo, quer dar-nos a vida em abundância. De uma forma ou de outra, cada homem está chamado a reviver o drama experimentado por Santo Agostinho: «Tu estavas dentro de mim e eu fora. E fora te andava buscando».

Deus nos pede um mínimo de abertura, disponibilidade e acolhida de sua graça: «Se escutais hoje sua voz, não endureçais vosso coração». Para encontrar a Deus dentro de nós, é preciso -- misteriosamente -- «abrir-lhe as portas» de nossa casa. Em outras palavras, neste espaço íntimo do silêncio e da quietude que há em mim, onde ninguém pode entrar senão eu, não quero estar só. Convido Deus para entrar e estar comigo -- e a conduzir minha vida. Então, minha autodeterminação consiste em fazer o que ele me disser.

Quando Deus habita em mim, eu gosto de «estar comigo» e «entrar na própria casa». Nunca estarei só, mas acompanhado e protegido por quem mais me ama. Não é necessário que eu mesmo resolva os pequenos e grandes problemas de cada dia. A vida cristã é uma vida estritamente dialogal.

Obediência quer dizer, em sua origem, que Cristo nos governa. É Ele quem toma o timão de nossa barca. Não se sobrepõe às nossas ações; está no próprio núcleo da liberdade. É o que nos diz o Evangelista: «Vede que o reino de Deus se encontra dentro de vós» (Lucas 17, 20).

Fonte: Zenit 02 de julho de 2006
ZP06070220

 

Heróis da revolta de Poznan

O papa elogiou os heróis do povo que se revoltaram contra o "governo popular" comunista.  


Bento XVI pede que heróis da revolta de Poznan contra regime stalinista não sejam esquecidos
Ao se completarem 50 anos dos dramáticos acontecimentos

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 3 de julho de 2006 (ZENIT.org).- Bento XVI enviou uma mensagem por ocasião das celebrações na Polônia do qüinquagésimo aniversário da revolta operária de Poznan, primeira insurreição anti-stalinista em um país submetido ao bloco soviético.

Em 28 de junho de 1956, cem mil operários protestaram pelas ruas da cidade contra a diminuição dos salários, depois de que a burocracia rejeitasse toda negociação. As manifestações foram reprimidas com o sangue: 58 manifestantes foram assassinados e 700, presos.

Os presidentes da Polônia, Alemanha, Hungria, República Checa e Eslováquia participaram da cerimônia comemorativa, que aconteceu no dia 28 de junho, na prefeitura de Poznan.

Bento XVI, segundo informa a «Rádio Vaticano», fez-se presente no ato através de uma mensagem que foi lida por Dom Stanislaw Gadecki, arcebispo de Poznan.

Na carta, o pontífice recorda que o protesto pacífico da cidade polonesa «contra o terror e a mentira» do sistema stalinista se transformou «espontaneamente» em uma insurreição geral, quando as forças do exército e da polícia começaram a disparar contra os manifestantes.

O Papa assegura que «o sangue derramado nas ruas de Poznan, não só pelos operários, mas também pelas mulheres, pelos estudantes e pelas crianças, não foi em vão. Além do mais, semeou a liberdade cujo fruto se recolheu anos depois, com a queda do sistema stalinista e a plena soberania da nação».

Bento XVI deseja, por último, que «a memória dos heróis da insurreição de Poznan inspire todos os poloneses a construírem a sociedade sobre os eternos valores cristãos, sobre a verdade e uma autêntica justiça».

Fonte: ZENIT 03 de julho de 2006
ZP06070305

A ira santa

É impressionante a perseguição que está sendo feita contra o Pe. Lodi e o movimento pró-vida.

Também é impressionante um juiz querer dizer qual deve ser o papel de um sacerdote em uma sociedade. Cumpre lembrar que, ao contrário do que gostaria o juiz, o papel do sacerdote não é ser ovelha, mas pastor. Ele é um alter Cristus, digno representante daquele que disse: "Eu não vim trazer a paz, mas a espada."

Estamos assistindo a um cerceamento à liberdade de expressar a doutrina católica. Isto é prenúncio de totalitarismo ateu.

Segue o texto integral sobre o assunto, publicado no website do movimento Pró-Vida de Anápolis.

Fonte: http://www.providaanapolis.org.br/irasanta.htm

A ira santa

(é possível falar sobre o aborto sem se indignar?)

Os fatos

No dia 7 de março de 2006, a 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Distrito Federal confirmou, por unanimidade, a sentença de primeiro grau que condenou o Pró-Vida de Anápolis e seu presidente Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz a indenizarem um membro do Ministério Público do Distrito Federal que em Brasília expediu diversos termos de recomendação para a prática de aborto, que denomina “antecipação terapêutica de parto” (ATP). O acórdão também confirmou a ordem de retirar da Internet a matéria considerada “ofensiva” e causadora de “danos morais” ao agente público. Foi publicado no Diário de Justiça da União, p. 157, seção 3, e recebeu o número 242231[1].

A decisão condenatória já era de se esperar, uma vez que a mesma Turma, em 16 de agosto de 2005, havia condenado o Pró-Vida de Anápolis pelo simples uso da palavra “ abortista” para designar quem defende o direito ao aborto.

Do que foi relatado, fica evidente a perseguição que se desencadeou contra tudo aquilo que possa lembrar a Igreja Católica. As sanções incluem o cerceamento da liberdade de expressão, a imposição de indenizações e até mesmo a proibição do uso da língua portuguesa, uma vez que não há outra palavra em nosso idioma (a não ser “abortista”) para designar quem defende o direito ao aborto.

Embora o Pró-Vida de Anápolis tenha-se mostrado muito comedido ao referir-se aos abortistas, vejamos se é lícito irar-se ao tratar do assunto aborto.

Pode ser lícito irar-se?

Segundo Santo Tomás de Aquino (1225-1274), “pode haver mal na ira, quando alguém se ira mais ou menos do que é conforme a reta razão. Mas – prossegue o santo – se alguém se ira de acordo com a reta razão, então irar-se é louvável”[2].

Nesse artigo, Santo Tomás cita São João Crisóstomo (350-407): “Quem se ira sem causa, será réu; quem o fizer com causa, não será réu: pois, sem a ira, não aproveita a doutrina, nem a justiça triunfa, nem se reprimem os crimes”[3].

Esse pensamento é reproduzido por Rui Barbosa, em sua “Oração aos Moços”, um discurso lido solenemente em 29 de março de 1921 para os formandos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo:

Nem toda ira, pois, é maldade; porque a ira, se, as mais das vezes, rebenta agressiva e daninha, muitas outras, oportuna e necessária, constitui o específico da cura. Ora deriva da tentação infernal, ora de inspiração religiosa. Comumente se acende em sentimentos desumanos e paixões cruéis; mas não raro flameja do amor santo e da verdadeira caridade. Quando um braveja contra o bem, que não entende, ou que o contraria, é ódio iroso, ou ira odienta. Quando verbera o escândalo, a brutalidade, ou o orgulho, não é agrestia rude, mas exaltação virtuosa; não é soberba, que explode, mas indignação que ilumina; não é raiva desaçaimada, mas correção fraterna. Então, não somente não peca o que se irar, mas pecará, não se irando. Cólera será; mas cólera da mansuetude, cólera da justiça, cólera que reflete a de Deus, face também celeste do amor, da misericórdia e da santidade.

Dela esfuzilam centelhas, em que se abrasa, por vezes, o apóstolo, o sacerdote, o pai, o amigo, o orador, o magistrado. Essas faúlhas da substância divina atravessam o púlpito, a cátedra, a tribuna, o rostro, a imprensa, quando se debatem, ante o país, ou o mundo, as grandes causas humanas, as grandes causas nacionais, as grandes causas populares, as grandes causas sociais, as grandes causas da consciência religiosa. Então a palavra se eletriza, brame, lampeja, atroa, fulmina. Descargas sobre descargas rasgam o ar, incendeiam o horizonte, cruzam em raios o espaço. É a hora das responsabilidades, a hora da conta e do castigo, a hora das apóstrofes, imprecações e anátemas, quando a voz do homem reboa como o canhão, a arena dos combates da eloqüência estremece como campo de batalha, e as siderações da verdade, que estala sobre as cabeças dos culpados, revolvem o chão, coberto de vítimas e destroços incruentos, com abalos de terremoto. Ei-la aí a cólera santa! Eis a ira divina!

Quem, senão ela, há de expulsar do templo o renegado, o blasfemo, o profanador, o simoníaco? Quem, senão ela, exterminar da ciência o apedeuta, o plagiário, o charlatão? Quem, senão ela, banir da sociedade o imoral, o corruptor, o libertino? Quem, senão ela, varrer dos serviços do Estado o prevaricador, o concussionário e o ladrão público? Quem, senão ela, precipitar do governo o negocismo, a prostituição política ou a tirania? Quem, senão ela, arrancar a defesa da pátria à covardia, à inconfidência, ou à traição? Quem, senão ela, ela a cólera do celeste inimigo dos vendilhões e dos hipócritas? A cólera do justo, crucifixo entre ladrões? A cólera do Verbo da verdade, negado pelo poder da mentira? A cólera da santidade suprema, justiçada pela mais sacrílega das opressões? [4]

A ira segundo o Evangelho

Jesus, “manso e humilde de coração” (Mt 11,29), “foi maltratado, mas livremente humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro conduzido ao matadouro” (Is 53,7). Deixou-nos uma ordem severa de honrar o próximo: “todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, terá de responder no tribunal; aquele que chamar ao seu irmão ‘Cretino’ estará sujeito ao julgamento do Sinédrio; aquele que lhe chamar 'Louco’ terá de responder na geena de fogo” (Mt 5,22).

No entanto, várias vezes exprimiu sua santa ira, ao chamar os escribas e fariseus de “hipócritas”, “insensatos e cegos”, “sepulcros caiados” (Mt 23,13.17.27), ao chamar Herodes de uma “raposa” (Lc 13,32), ao dizer que para o que pratica escândalo “melhor será que se pendurem ao pescoço uma pesada mó e seja precipitado nas profundezas do mar” (Mt 18,6). Há ainda o impressionante episódio da expulsão dos vendilhões do Templo:

Tendo feito um chicote de cordas, expulsou todos do Templo, com as ovelhas e com os bois; lançou ao chão o dinheiro dos cambistas e derrubou as mesas, e disse aos que vendiam pombas: “Tirai tudo isto daí; não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio”. Recordaram-se os discípulos do que está escrito: “O zelo por tua casa me devorará” (Jo 2,15-17).

Teria Jesus cometido algum crime contra a honra? Se estivesse no Brasil hoje, seria ele obrigado a indenizar os interlocutores por danos morais?

Conclusão

Na maioria das vezes a ira é pecado. Há casos, porém, em que irar-se é, não apenas um direito, mas um dever. Quem permanecer impassível diante da profanação de um templo, do escândalo feito aos pequeninos, do aborto praticado e confessado publicamente, deve desconfiar de si mesmo. Essa ira, apesar de santa e necessária, não é aceita pelo mundo. De acordo com o juiz relator do acórdão, o segundo réu, enquanto padre, “embora devesse auxiliar na pacificação social, incitando as pessoas à tolerância e à paz, fomenta discórdia e intransigência à opinião alheia”.

Não há novidade nisso. Há dois milênios, logo após a expulsão dos vendedores do Templo, os chefes dos sacerdotes e os escribas procuravam como matariam Jesus (cf. Mc 11,18).

Anápolis, 15 de maio de 2006.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis

________________________________________
[1] O inteiro teor do acórdão.
[2] Suma Teológica, IIª IIæ, questão 158, artigo 1, corpo: “Utrum irasci possit esse licitum”
[3] Idem. “Sed contra”.
[4] BARBOSA, Rui. Oração aos moços. São Paulo: Martin Claret, 2003. p. 34-35.

3 de julho de 2006

Virtudes teologais

Dom Tito Buss
Bispo emérito de Rio do Sul (Santa Catarina)

As virtudes da fé, esperança e caridade são chamadas virtudes teologais. Teológico, ou teologal, é aquilo que se refere mais diretamente a Deus. Estas três virtudes, são, de fato, fundamentais na religião. Referem-se diretamente ao nosso relacionamento com Deus. O grande bispo Santo Agostinho diz que a fé é como o fundamento do edifício espiritual. A esperança levanta o edifício e a caridade faz o acabamento. Antigamente se via, em muitos lares cristãos, uma tela caprichosamente bordada pela avó, onde a fé era representada por uma cruz; a esperança, por uma âncora e a caridade por um coração ardente.

A fé é aquela virtude que nos faz crer firmemente na existência de Deus e nas verdades que ele revelou. Crer em Deus e crer em nossa imortalidade é ponto de partida fundamental para toda religião. "Sem fé é impossível agradar a Deus", diz a Bíblia. A esperança é aquela disposição da alma, que nos faz confiar totalmente em Deus, que ele nos salve e nos receba em seu Reino, onde estaremos com Ele por toda a eternidade. A caridade nos faz: "Amar a Deus de todo coração, de toda a nossa alma e com todas as nossas forças, e o próximo como a nós mesmos. Nestes dois mandamentos, diz Jesus, consistem toda lei e os profetas."

Estas virtudes são fundamentais para toda nossa religiosidade. Com elas, somos cristãos: sem elas não somos cristãos. Não nascem em nós por geração espontânea, nem se conservam em meio aos espinhos e abrolhos dos vícios. Precisam ser cultivadas. Mas não só. Devemos pedi-las insistentemente a Deus em nossas orações, pois elas são resultado, não apenas de nossos esforços, mas são também um dom de Deus. O dom de Deus a gente não pode merecer, mas pode e deve pedir com confiança filial.

Publicado em: Jornal de Santa Catarina
29 de junho de 2006

Novena Milagrosa de Santa Teresinha do Menino Jesus


A Santa deixou escrito nas suas memórias: "Quero passar o meu céu fazendo o bem sobre a terra." "Ninguém me chamará em vão." “Não vou ficar ociosa no céu olhando a face de Deus, mas ficarei olhando para a terra para ajudar quem me procura." "Farei cair uma chuva de rosas."

O padre Putigan, SJ, em 03/12/1925 começou uma novena pedindo à santa uma graça importante. Para saber se era ouvido pediu um sinal. Queria receber uma rosa como garantia de alcançar a graça. Não falou a ninguém da novena que estava fazendo. No terceiro dia recebeu a flor pedida e alcançou a graça.

Começou então nova novena. Recebeu a rosa e alcançou a graça. Resolveu propagar a novena. Hoje é feita no mundo inteiro. Pode ser começada em qualquer dia do mes. Há uma legião de amigos da Santa que fazem a novena de 9 a 17 de cada mês. É a promessa cumprida.

A Novena

Esta novena pode ser começada em qualquer dia do mês; há grande número de amigos de Santa Teresinha que fazem a novena de 9 a 17 de cada mês.

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu Vos agradeço todos os favores, todas as graças com que enriquecestes a alma de Vossa serva Santa Teresinha do Menino Jesus, durante os 24 anos que passou na terra. Pelos méritos de tão querida santinha, concedei a graça que ardentemente Vos peço (pedir a graça...), se for conforme a Vossa Santíssima Vontade e para a salvação de minha alma.

Ajudai minha fé e minha esperança, ó Santa Teresinha, cumprindo mais uma vez vossa promessa de que ninguém vos invocaria em vão, fazendo-me ganhar uma rosa, sinal de que alcançarei a graça pedida.

Reza-se em seguida 24 vezes: "Glória ao Pai, ao Filho e ao espírito Santo, assim como era no principio, agora e sempre, por todos os séculos dos séculos. Amém".

Santa Teresinha do Menino Jesus, rogai por nós!

Ave-Maria...

Pai Nosso...

Blog Pensamentos Católicos criado

O objetivo deste blog é colecionar pensamentos, notícias, informações e devoções católicas que sejam do interesse pessoal do seu organizador.